quarta-feira, 10 de agosto de 2011

a fábula do gambá vacilão

era uma vez um gambá muito popular.
o gambá jogava futebol e era seguido por um bando de loukos. o gambá vivia na alta roda. bajulado pela imprensa, pelos politikos, pelas grandes constructoras. o gambá era tão queridão que comprava imperadores e sheiks. o gambá era tão f*dão que ninguém ligava que ele cheirasse mal.
o gambá batia uma bola redondinha. agitava o certame da selva. o gambá atropelava os bambis. o gambá tinha vários pontos a mais que os outros bichos na classificação. e um jogo a menos - um jogo que ele guardava com carinho.
até que apareceu um urubu voando por ali. ave feiosa, carniceira e mulambenta.
o gambá não deu muita bola pra ele. o urubu era um outsider. uma ave beat. mas o urubu foi dando rasantes e rasantes. o urubu assim assustava o gambá em sua toca.
e o gambá, nervosão, começou a fazer besteira, começou a perder jogos para animais de pequeno porte e a empatar com os lanterninhas da floresta. ele estava ciente de que os gambás são refeição dos urubus desde muito antes de charles darwin.
o gambá já não tinha mais toda aquela vantagem. mas ainda tinha um jogo a menos. sempre que o urubu arrepiava, o gambá lembrava que tinha um jogo a menos.
era um jogo contra o peixe lá no litoral. e o peixe estava de buenas. já tinha jantado naquela temporada. o peixe parecia morto. o gambá achou que era só pegar o peixe pelo pescoço. it's okay to eat fish 'cause they don't have any feelings. mas peixe não tem pescoço - e pulou fora do acquario.
o gambá agora ficou sozinho. à mercê do urubu.
o gambá que se cuide. urubu é bicho traiçoeiro.
moral da estória: não basta ter um jogo a menos, tem que vencê-lo.