domingo, 31 de janeiro de 2010

fluminense 3 x 5 mengão (a chronicle)

e eis que, em meio à mediokridade geral desta goanabara-2010, surge um fla-flu de pura emossão.
marakas apinhado. dois times com a faca nos dentes.
muitos gols. muito terror. pega pra capar.
toda a raça, toda a mística, toda a superação de um time, de um povo chamado flamengo.
está aberta a temporada 2010 do futebol brazileiro.
o clube de regatas do flamengo entrou com bruno zousa no gol, álvaro e angelim no miolo de área, fierro acavalado pela direita, juan maldonado na canhota, mais torozinho e fernando goyas no meio, kleberson pela meia-direita, petkovic pela meia-esquerda, adriano e vagner love à frente.
mal sabiam eles, incautos atletas, o que os esperava na próxima hora e meia.
porém rubro-negro algum pôde se dizer surpreendido pela sangria de gols promovida pela sanha do ataque fluminensista no primeiro ato deste indelével espectaculo futebolistiko.
cá entre nós, confiar como numa defesa que levou dois do americano de campos, dois do duque de caxias?...
mesmo assim, te admito que eu não estava preparado para uma exibição tão desastrosa de nossa retaguarda (ou "sistema defensivo", como preferem andrade e angelim).
fierro, em particular, foi permanente desastre enquanto esteve ali à direita. o lateral julio cesar e, principalmente, o atacante maicon passavam pelo chileno sem cerimônia alguma, engatando velocidade em cima do pesado fierro. álvaro e angelim também foram facilmente envolvidos pela movimentação de maicon e do centroavante alan, que se mexe bem mais do que o titular fred.
(para variar, fred deu aquela amareladinha clássica e deixou o trabalho pesado nas mãos da molekada tricolor).
todo esse aspecto ruinoso da defesa do flamengo se expôs em metástase após o gol de alan. o primeiro da noite. diguinho (!?) deu um passe preciso, fazendo a pelota furar o bololô na entrada de nossa área e chegar à feição prum chute de primeira de alan. angelim errou na linha-burra.
até esse momento, catorze minutos, o flamengo jogava leve e atrevido. era um embate franco, com love e adriano alternando escapadas e levando perigo aos três beques do time de cuca & conca. logo no primeiro chute do flu, o gol, e o desabamento da segurança flamenguista. o time passou a tocar a bola nervoso, a bola mal chegando a pet-adriano-love. bruno zousa pateticamente a tentar ligações diretas em chutões pra frente.
cenário desalentador quando, numa trombada entre angelim e alan, o juizão marcelo de lima henrique inventou penalty mandrake. pouco depois, tão mandrake é esse sujeito lima henrique, ele apitou feliz penalty claro de diguinho no juan. imperatore 1 x 2.
mui breve suspirar. um par de minutos mais tarde, um prosaiko escanteio de conca demonstrou friamente a zona que é a defesa do fla. bruno zousa ficou parado debaixo das traves enquanto os beques batiam cabeza e a bola entrava faceira, faceira.
três gols em quarenta e cinco minutos. nosso dois beques com amarelos nas costas. olha que ficou barato.
e o andrade resolveu manter fierro para a segunda etapa. medo.
pets e fernando, figuras apagadas, deram vez a vinicius pacheco e williams. tu poderias não suspeitar, mas assim andrade estava a armar seu xeque-mate. kleberson foi pra canhota e deixou a direita livre pro williams.
a única saída do fla para evitar uma sapekada no estilo botafogo era baixar o facho, acalmar os nervosos, tocar a bola com um mínimo de cooleza. e ao mesmo tempo, imprimir marcação forte até tirar suco do timeco das laranjeiras. se partisse pro pau, acelerando o ritmo, era certo que o baile seguiria.
trés cool. vinicius pacheco, depois de troca de passes, chutou rasteirinho e viu a pelota bater lá no pé da trave. instantes mais tarde, williams mandou a bola para dentro da área e, no bate-rebate de adriano imperatore entre três marcadores, love empurrou pra dentro com muito amor & carinho. sete do segundo tempo.
por favor, guarde este nome: vinicius pacheco.
foi pacheco quem caiu pra ponta direita, comeu pra dentro da área e centrou bonito. a bola ainda desviou num oponente antes de kleberson, acertando o corpo pra corrigir esse desvio de balística, emendar de primeira no canto. oito do segundo tempo.
era a vez do fluminense se mostrar não tão f*dão assim.
bem... se o fluzones não levara gol algum até a quinta rodada da goanabara... pronto: ahora levara dois em sessenta segundos.
molezinha, nã? álvaro resolveu dar uma equilibrada na bagaceira. sentou-lhe um coice no alan em pleno meio-campo. ganhou de lembranza um vermelho pra combinar com o amarelo que já tinha. e andrade aproveitou para, enfim, mandar fierro fazer companhia a álvaro no chuveiro. andrade meteu o garoto david na zaga e teve de recuar o williams, que vinha assombrando a rapaziada.
pois foi justinho quando o cuca resolveu ser heroi. tirou um dos três zagueiros pra meter um terceiro atacante.
na jogada seguinte...
vagner love correu feito um condenado partindo depois de um lançamento de torozinho, the loverman a puxar contra-ataque e se meter entre três marcadores, abrir correndinho pra direita, donde vinicius pacheco pôde cruzar gostoso a pelotinha grande área adentro até que ela encontrasse adriano num momento majestádico.
adriano é um generoso imperatore. ainda fez um último golzinho, só para esta torcida voltar feliz pra casa. adriano, aos quarenta e poucos, desfilou sossegadamente por todo o campo de ataque. ainda olhou pro lado, para ver se o bandeirinha não estava a fazer bobagem. ainda olhou pra trás, para tentar achar onde estavam os dois últimos zagueiros do fluminense.
estavam todos a aplaudir o clube de regatas do flamengo.
cinco gols. virada histórica no que era pra ser um clássico de meia-tigela e perigou se tornar um vexame desnecessário.
apenas dez homens em campo. missão cumprida. a honra intacta.

"grandes jogos contra as velhas freguesias, parte 3", por andré giusti

A década de 80 foi certamente a era dourada do Flamengo. Mas foi também uma das épocas mais vitoriosas do Fluminense, nosso segundo maior rival (sim, o Vasco é o principal). Conquistaram um brasileiro e um tri-campeonato carioca. Dois dos títulos do tri foram em cima do Flamengo. O último, o de 1985, foi naquela final contra o Bangu, em que o Duílio puxou escandalosamente a camisa do Cláudio Adão e o José Roberto Wright não deu o pênalti. Mas podemos dizer que também perdemos o título para eles. Pois foi o ano daquele triangular em que jogaram Flamengo, Fluminense e Bangu.
Pois bem. Naquele verão de 1986 eu estava engasgado com o Fluminense. E isso já tinha três anos.
Era um domingo de fevereiro, uma semana depois do carnaval. O Rio derretia de calor, e a temperatura no Maraca, quando ventava, era de 40º. Do outro lado, eles cantavam aquela musiquinha de péssimas lembranças: “Recordar é viver, Assis acabou com vocês”.
Com uns 15 minutos de jogo, engoliram a cantoria. Numa bola cruzada rasteiro na área, Zicão guardou: 1 x 0. Só que pouco depois eles empataram, e aí a marra veio maior ainda. E pra cima do Galinho. Toda vez que ele pegava na bola, a torcida do Fluminense gritava “Bichado! Bichado!”. É bom lembrar que o Zico fazia das tripas coração para tentar jogar a Copa do México, uns seis meses depois da “tentativa de homicídio” do Márcio Nunes naquele jogo contra o Bangu.
Mas se eles soubessem, não teriam provocado. Foi uma das maiores partidas do Zico que vi na vida. Ele marcou outros dois: um de pênalti e um de falta, em uma cobrança primorosa, da quina da área, em que pegou o Paulo Victor no contra-pé. Acho que foi depois dessa cobrança que vi o Zico, pela única vez, perder a linha com uma torcida adversária. Ele correu até a torcida do Fluminense, mostrou a camisa e gritou que bichado era aquela boa e gentil senhora.
Flamengo 4 x 1, e começava ali a decadência do Fluminense. Foram dez anos sem títulos, interrompidos apenas pela fatalidade do gol de barriga do Renato em 95, mas que culminaram com a queda para a terceirona.
Esse foi um dos meus dois Fla-Flu’s inesquecíveis.
O outro, por acaso, ocorreu cerca de dois meses antes, no triangular decisivo de 85. Meio de semana, Maraca lotado. Fui com um camaradinha meu, vascaíno, mas gente boa, doidinho pra secar o Mengão.
Com uns 20 minutos de jogo, Washington: 1 x 0 pra eles e o diabo do corinho: “Assis acabou com vocês”.
A raiva que sentíamos do Vasco nos anos Eurico Miranda era a raiva que eu sentia daquele Fluminense, realmente um grande time, extremamente competente, embora nunca tenha dado espetáculo como o Flamengo de 81.
Foi um ano difícil pro Flamengo, aquele 1985. Quebraram o Zico, o Júnior foi vendido, pelo que me lembro o Mozer também, o Adílio foi parar nem sei onde e o Raul não jogava mais. Tínhamos ainda o Andrade e o Leandro, e a nossa maior arma, sempre: a nação rubro-negra.
Era como se a torcida houvesse dito “chega, não vamos perder pra esses caras hoje”. Com o time atrás no placar, a massa ficou de pé praticamente todo o jogo, gritando, incentivando. Eles, mesmo ganhando, ficaram lá do outro lado, calados e acuados, como se assistissem petrificados a uma aula de como torcer em um estádio.
O time respondeu em campo. Massacrou o Fluminense, reverteu, na base da raça, a superioridade técnica do adversário. Jamais esquecerei do Cantarelle (lembram dele?) indo no meio do campo bater lateral.
É claro que os deuses do futebol não deixariam sem prêmio tanta entrega e adoração. Aos 46 do segundo tempo, uma bola rebatida pela defesa sobra na intermediária para o Leandro, que pega um dos chutes mais perfeitos e violentos a que testemunhei em minha vida de torcedor. Foi como se, numa seqüência bem hollywoodiana, o Maraca houvesse congelado pelos segundos em que durou a trajetória da bola até que ela se chocasse com o travessão, batesse na nuca do Paulo Victor e caísse dentro do gol, sem sequer tocar o barbante tricolor.
Um amigo meu torcedor do Fluminense, que estava no jogo, disse que quando a bola entrou teve a impressão de que o estádio viria abaixo. Alucinado, me abracei com um vendedor de mate, que tendo jogado a mercadoria para o alto, também me abraçava chorando aos berros: “Pôrra, louro! O Flamengo vai me matar!”, na mais pura demonstração de amor de um homem simples por um clube.
Terminou 1 x 1, não fomos campeões, mas toda as vezes que ouço o trecho da letra que diz “raça, amor e paixão” lembro daquela noite perdida na década de 80.

andré giusti é escritor e jornalista
http://www.andregiusti.com.br/blog/

clube de regatas do flamengo: campeão estadual de 1986

sábado, 30 de janeiro de 2010

a paz invadiu o meu coração

nada como ser campeão brazileiro, hein?
semana de fla-flu. primeiro crássico da temporada.
jornalistada cobrindo o flamengo direto e...
pura serenidade no clube de regatas do flamengo.

nada de márcio braga dizendo que o flu isso ou aquilo. nada de vagabundo tirando onda.
tudo na maciota...
adriano não foi treinar depois do último jogo, e daí?, nem essa manchete costumeira cola mais.
e nem dá pra forçar uma crisis entre o imperatore e o loverman, as duas estrelas que, noutros tempos, causariam ciumeira na gávea e rachariam o elenco em dois.
nadja. adriano e vagner love fizeram uma tabelinha memorável no meio de semana e depois um "engraxou" a chuteira do outro. identificação total.
andrade reclamou que o time vem tomando gols demais, pura verdade, e logo petkovic chegou para assumir sua parcela de culpa: todos jogamos bem, todos jogamos mal, todos temos tomado gols demais. todos vamos nos empenhar mais. todos ganhamos, todos perdemos.

pois tomara que tudo continue assim depois do fla-flu.
tanto faz o placar de amanhã. é só a goanabara.
temos muito mais pela frente... pra cima com a viga, moçada!

"grandes jogos contra as velhas freguesias, parte 2", por andré giusti

O Flamengo de 1992 foi mais ou menos como o azarão do ano passado. Ninguém achava que chegaria a algum lugar e, quando acordaram, estávamos levantando o caneco do penta. E foi em cima do nosso mais recente tri-vice.
Os dois jogos da final podem ser considerados um só, porque, como diz aquele locutor-mala, foi uma partida de 180 minutos.
Não me lembro porquê, mas não fui no primeiro jogo. Lembro-me de quase ter caído para trás quando soube do resultado 3 x 0, e nem bem havia terminado o primeiro tempo.
Um baile de bola de Júnior, Nélio e Gaúcho – um dos grandes centroavantes da história do Flamengo – decidiu a fatura a nosso favor. O Botafogo, mais time à época, pelo menos no papel, estava liquidado, tanto é que o Renato Gaúcho, um dos heróis do nosso tetra cinco anos antes, jogou a toalha e foi pro churrasco da rapaziada do Mengão na segunda-feira. O Emil Pinheiro, bicheiro que mandava em General Severiano, queimou a picanha do atacante. Renato nunca mais vestiu a camisa alvinegra. Não ‘tava nem aí.
Na verdade demos o troco do título deles no carioca de 89 (o primeiro que eles ganharam desde a Grécia antiga), quando com Zico, Aldair, Leonardo, etc, tínhamos muito mais time e perdemos.
O segundo jogo da final foi aquele em que a grade do Maracanã despencou e um monte de torcedor foi junto. Morreu gente, foi terrível. Eu estava na arquibancada exatamente na extremidade oposta ao local do acidente. Um de meus sobrinhos, então com treze anos, agarrou meu braço e disse quase sem voz, gelado de pavor: “Tio, o Maracanã ‘tá caindo”.
Não caiu, o jogo atrasou e começou com aquele clima pesado de festa de família em que dois cunhados brigaram feio por causa da marca da cerveja que cada um trouxe. Sei que quando o Flamengo fez o primeiro, corri para a galeria superior da arquibancada (eu estava no último degrau) e gritei até perder o ar. Era um grito de comemoração, mas era também a tensão de todos aqueles momentos explodindo, afinal.
Só pra encerrar: 2 x 2. Primeiro pentacampeão brasileiro.
Voltemos 11 anos no tempo. Eu tinha só 13 anos e meu pai não me deixava ir ao Maraca sozinho. Ele já não curtia mais, achava muito tumulto, e incumbia meu irmão mais velho de carregar a mala do moleque que só tinha Flamengo na cabeça.
Pois não é que meu irmão some em um dos dias mais importantes da história rubro-negra?
Como desse a hora e ele não aparecesse, meu pai se condoeu de minha cara de cachorro chutado pelo dono bêbado. Levantou de repente da poltrona e decretou: “Pega a sua bandeira e vamos lá.”
O velho não ia encarar a “arquiba” e sentamos nas cadeiras, aquelas azuis que ficavam acima da geral. Maior luxo. Diziam que sentar ali dava azar, mas não foi o que aconteceu naquele dia. O primeiro tempo terminou 4 x 0, com a nação de pé pedindo: “Queremos seis! Queremos seis!”.
E o Zicão também queria.
Ouvi no rádio depois do jogo que ele reuniu todo o time no intervalo e exigiu os 6 x 0. Era a chance de ele revidar o sacode que levamos em 72, quando ele era um garoto subindo para o time profissional.
E o time fez o que ele mandou: 6 x 0, com Andrade, o “Tromba”, camisa seis, jogando a pá de cal. Poderia até ter sido sete, oito. Mas o troco tinha que ser na mesma moeda.
Não sei se foi fantasia de criança, mas acho que vi, no final do jogo, um rádio de pilha voar da arquibancada onde estava a torcida do Botafogo.
Para encerrar, 1985. Tínhamos Élder, Edmar e uns outros tantos assim assim. É verdade que também havia o Bebeto, o Mozer (ainda), o Leandro (também ainda) e o Zinho e o Jorginho tirando as fraldas. Mas era um time que não empolgava, meio como asa de frango no churrasco.
Aí o Rução, ícone da torcida alvinegra, disse que o Flamengo se borrava todo quando jogava com o Botafogo. Entupiram o Maracanã de papel higiênico na entrada do time. Levaram tudo de volta para limpar da lembrança aquele jogo. 6 x 1, sendo que eles abriram o placar.
A imagem daquele jogo foi a do Zagallo, que treinava o Mengão, escrevendo com o papel na parede do vestiário o placar do jogo.
Amanhã falo sobre Fla-Flu, e a única vez em que o Zico mandou uma torcida adversária para aquele lugar.

andré giusti é escritor e jornalista
http://www.andregiusti.com.br/blog/

estádio mário filho, rio de janeiro, 19 de julho de 1992

a voz do povo

os 14 leitores do "mengo beat" não permitem dúvidas.
ao serem questionados, nos últimos dias, sobre qual seria o melhor adversário para o clube de regatas do flamengo, na libertas-2010, eles (usted) foram incisivos na resposta: pois venha quem vier.
os argentinos do colón, de santa fé, e os chilenos do universidad catolica, de santiago, buscam a quarta e derradeira vaga no grupo oito da libertas, lar de flamengo, caracas e universidad de chile.
nove de nossos 14 sufragantes (64%) não escolhem adversário. pelo menos, não entre esses dois. o universidad foi apontado como mejor oponente por três leitores (21%), enquanto outros dois camaradas (14%) preferem pegar o colon de saída.
tivemos a oportunidade de espiar colonistas e catolikos na última terça-feira. os rubro-negros argentinos suaram para segurar um 3 x 2 em sua cancha, um alzapones denominado estádio general estanislao lopez (photo). de minha parte, vendo ambas as equipes, digo que não convém esperar molezinha. o colón é menos useiro de libertadores do que o universidad. mas é um time argentino e, não contrariando suas origens, sabe manejar bien la pelota e dar uns cascudos. destaque para o jovem meia-atacante bertoglio e para o centroavante trombador nieto, que já abriu o placar logo nos primeiros cinco minutos. do lado do universidad catolica, te digo que nenhum nome se destacou, mas a equipe não é tranquila, não. também sabe descer o pau. tanto que o capitão ormeño foi expulso no final. os chilenos tiveram as manhas de diminuir um 1 x 3 comprometedor para um 2 x 3 que dá jogo para santiago, na outra semana. time traiçoeiro.

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

"grandes jogos contra as velhas freguesias, parte 1", por andré giusti

Desculpem-me demais torcedores do Brasil, mas outros clássicos regionais não conseguem ter o charme dos jogos em que os grandes do Rio se enfrentam. Quando o Mengão ‘tá em campo, então, aí o “Maraca” é luxo só.
A esperança de que o futebol carioca realmente ressurja dos vexames da última década carrega também a expectativa de revivermos os grandes duelos entre os quatro grandes, que até os anos 90 enchiam os olhos das platéias até mesmo fora do Rio.
Em meus 35 anos de lembranças futebolísticas e rubro-negras, destaco na memória alguns jogos do Flamengo contra o Vasco, Fluminense e Botafogo. Quase todos pelo campeonato carioca.
Começo por Flamengo e Vasco, em que a rivalidade estufa as veias. E é claro que em minha memória de quarentão, a primeira das melhores imagens do clássico que vem à memória é a do Rondinelli correndo para dentro da área, acenando pro Zico, e em seguida subindo nas costas do Abel e acertando um “cabeçaço” no ângulo do Leão. Tóquio começou ali, meus caros, no dia 3 de dezembro de 1978.
O segundo Flamengo e Vasco foi o do ladrilheiro. O Vasco não tinha um time à altura do nosso, mas era aguerrido e vinha de duas vitórias improváveis numa melhor de três na decisão de 1981. No terceiro jogo, eles precisavam apenas do empate, mas o Flamengo, abalado com a recente morte de Cláudio Coutinho, vencia por 2 x 0, com gols de Nunes e Júnior. Faltando uns cinco minutos, o Vasco diminuiu e veio pra cima, e pelo que me lembro com chances reais de empatar. Foi quando do subterrâneo mundo da geral, surgiu um ladrilheiro correndo para o campo e parando o jogo. Até hoje a choradeira geral diz que o cara foi pau mandado da máfia do Márcio Braga. Umas duas semanas depois, o Mengão massacrou o time da terra dos Beatles e conquistou o mundo.
O terceiro Flamengo e Vasco foi, certamente, o do gol de falta do Pet, o grande nome da Gávea pós era Zico & Cia. Esse jogo tem uma relação marcante com minha vida particular. Era o dia 27 de maio de 2001 e eu dirigia pela estrada, indo de Brasília para o Rio, onde voltaria a morar depois de três anos na capital do país.
Saí de Brasília bem cedo e – confesso – desligado do jogo. Primeiro porque a cabeça flutuava na vida nova na terra natal. Segundo, porque eles tinham mesmo mais time naquela época e poderiam perder por até um gol de diferença. Passando por Juiz de Fora, me deu o estalo: vou parar e saber do jogo. O coração disparou quando, ainda estacionando, vi na TV a imagem da nação em delírio e pressenti que alguma coisa muito boa estava contrariando as probabilidades daquele jogo.
Acreditem, amigos, cheguei no exato instante em que o Hélton buscava lá no fundo do balaio a pelota que deu ao Mengão o quarto tri da história do clube. Fui buzinando de Juiz de Fora ao Rio, enlouquecido.
Cheguei à cidade e no meu reencontro com o Rio, fui abraçado pela histeria rubro-negra.
A seguir, três memoráveis Flamengo e Botafogo.

andré giusti é escritor e jornalista
http://www.andregiusti.com.br/blog/

estádio mário filho, rio de janeiro, três de dezembro de 1978

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

é hora de arrumar a cozinha

andrade anda preocupado. e eu também.
vagner love e adriano imperador estão se entendendo mais ligeiro do que a rapaziada esperava. basta ver o espectaculo que foi aquele gol do loverman tabelando com o imperatore, ontem à noite, contra o americano de campos.
porém...
vamos lembrar como nossa defesa foi fundamental no brazileiro-2009.
e agora vamos admitir que a retaguarda anda em frangalhos neste início de temporada. se metemos 11 gols em quatro jogos (média de 2,75), já sofremos meia-dúzia (média de 1,5). e isso que só pegamos times fuleiros: duque de caxias, volta redonda, bangu e americano. só a baba.
percebes a gravidade da situação?
oras. seguimos com o mesmo hardcore (núcleo-duro) formado por bruno zousa, ronaldo angelim e álvaro. mas agora eles jogam sem a proteção dos volantes aírton e maldonado. aírton já foi embora. maldonado não volta tão cedo. por enquanto, me parece claro, torozinho e fernando goyas simplesmente não estão dando conta.
leonardo moura, pela direita, e juan maldonado, pela esquerda, sempre foram conhecidos pela displicência na marcação e pela irregularidade ao longo das partidas. durante o brazileiro, andrade contornou esses problemas com williams, o homem de três pulmões, fechando ali na direita, em cima e embaixo, e com a entrada do garoto éverton na canhota.
o garoto éverton também já foi embora. williams atuou dez minutos e foi pro estaleiro.
como segurar um ataque mais talentoso (exemplo: fluminense) com este time atual?
andrade diagnosticou que o problema não está propriamente nos defensores. sente falta da pegada do time inteiro. é início de temporada, ele relevou. mas é claro que o flamengo perdeu combatividade. já a partir da entrada de vagner love no posto de zé roberto. love não sobe e desce com o fôlego daquele zé roberto do fim de 2009. não é a dele, nunca foi. e petkovic até foi visto segurando adversários pela cancha esquerda, durante o brazileiro, mas uma coisa é o camarada se esforçar pra isso em jogos decisivos, outra coisa, bem diferente, é tu contar com ele pra fazer esse papel no esquema tático de uma equipe durante toda a temporada. pets não dará conta.
o williams deve retornar em uma semana ou duas. mas, mesmo com ele no posto de fernando ou no de kleberson, nosso meio-campo perderá em envergadura. falta um galalau como aírton para as bolas aéreas. torozinho é baixinho, se esforça pra burro, mas é por demais limitado - não?
alex silva, o popular pirulito, teria sido uma boa contratação. ele preferiu voltar pro morumbas.
precisamos de um camarada com o tipo físico e a altivez de pirulito. quem seria? não vejo ninguém no elenco com essa capacidade. e talvez seja hora de repensar nossos laterais. some comigo: pets + love + imperador = três caboclos que não vão combater. três em dez. mais kleberson + leo + juan = três caboclos levinhos demais pra dividir e continuar de pé. acaba por estourar tudo em cima de álvaro & angelim, torozinho & fernando.
taí uma matematika pro andrade resolver com urgência. de preferência até o dia 24 de fevereiro, quando o clube de regatas do flamengo estréia na taça libertadores da américa.

estamos trabalhando para melhor servi-lo

camaradinhas...
vocês já perceberam que os comments do "mengo beat" andam meio ariscos.
pedimos desculpas pelo inconveniente da situação.
os profissionais do js-kit ficaram de consertar a bagaça.
espero que logo voltemos às atividades normais.
a enquete rubro-negra aqui ao lado continua valendo.
agradecemos a compreensão,
a diretoria.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

adivinhe quem vem para o jantar?


arthur antunes coimbra deu a dica ontem à noite no sportv.
patricia amorim não é boba, e passou o recibo.
zico está magoado com o pé que levou do olimpiakos da grécia.
e se tocou de que não pega bem para um camarada de seu gabarito ficar de lá pra cá em timecos como fenerbahce e bunyadkor.
pela primeira vez, desde que abandonou a carreira de jogador, zico deixou claro que sim, seria uma boa, seria a hora, seria bacana, ver o que rola no clube de regatas do flamengo.
até porque agora, vale lembrar, não temos mais márcio braga & kleber leite por lá.
agora, vale lembrar, nosso técnico é um antigo conhecido do galinho. andrade.
e patricia amorim já marcou para segunda-feira um encontro com arthur antunes coimbra. na gávea.

mengão 3 x 2 americano (a chronicle)

o americano já não é mais o mesmo. desde a morte de eduardo vianna, o ilibado caixa d' água, o alvinegro de campos faz mera figuração nos campeonatos kariocas.
este ano, por exemplo, o clube soma quatro derrotas em quatro jogos, dividindo a lanterna do certame com outro órfão da bandidagem & da contravenção, o bangu.
por isso foi broxante o 3 x 2 desta noite, no marakas, quando o clube de regatas do flamengo recebeu o americano de campos pela quarta rodada da goanabara-2010.
broxante mesmo? bueno, maldade minha. meia-bomba.
não fosse uma única e solitária jogada, seria broxante.
mas, enfim, o vetê taí pra isso mesmo e este será um jogo lindo nos "melhores momentos".
o fla alinhou com tudo o que temos no momento: bruno zousa, mais álvaro e angelim, leo moura pela direita e juan maldonado pela esquerda, fernando do goyas, torozinho e kleberson, mais o trio de frente petkovic, adriano imperatore e vagner love.
até a nova camisa apareceu, com o deslumbrante logo azul da batavo a macular nossas cores, a zombar de nossa tradição, a estampar na nossa cara que todo clube tem seu preço.
o jogo começou na maciota. marcha lenta. pura preguiça. como se fossem três da tarde. nem chute a gol rolava. kleberson sumido, leo moura e juan insistindo em jogadas inúteis. até que adriano se embolou na grande área e o árbitro apontou um penalty amigo. adriano bateu com virilidade. pouco depois, outro bololô na área e, não entendi direito como, a pelota sobrou pro fernando goyas, o mais novo artilheiro-improvável do mengão.
assim as equipas desceram para o vestiário com um inkrivel 2 x 0 a reluzir no placar. nada que incomodasse o americano, a se julgar a volta para o segundo tempo. banho-maria again. as cousas só se animaram quando o juizão mandou leo moura pro chuveiro.
(parabéns. nosso estimado atleta já pode cabular o primeiro clássico da temporada, o fla-flu de domingo.)
para ficar mais emossão, um tal de jader caiu pela ponta-direita, deixou o vagner love sentado no chão e entrou na área do fla até ser derrubado por um safanão de fernando goyas, no melhor estilo jaílton. diego salles acertou o penalty e assim propiciou à torcida do mais querido o grande momento da night...
vagner love ficou tão p*to por ter sido deixado de b*nda no chão pelo jader que ele deixou pra lá esse papo de artilheiro do amor. levou a pelota para o grande círculo. deu o toque protocolar pro adriano e saiu em disparada. animal ferido. adriano para love, love para adriano, os dois varando os adversários, adriano para love outra vez, e love já estava ali na entrada da área, apenas com o boquiaberto goleiro à sua frente. ele dá um totozinho feliz e marca um golaço.
"um golaaaaaço", nos informaria joão palomino, aos berros.
ah. o americano ainda fez mais um golzinho fuleiro antes de terminar a peleja. mas boa parte da torcida no marakas nem viu. ou eles tinham voltado para a bilheteria para pagar o ingresso outra vez, como reza o folklore da pelota, ou eles simplesmente estavam por demais maravilhados para se importar com essas miudezas da vida. como eu.
te cuida, fluzão.

pagando bem... que mal tem?

bueno. aí está nossa nova camisa.
para quem achou feia,
eu apenas dou um aviso:
espere para ver quando entrarem os patrocinadores nas mangas.
e mais o patrocinador na b*nda do calção.

o clube de regatas do flamengo receberá da batavo anunciados
R$ 22 milhões para pagar este mico até dezembro.
esse vai ser um dinheiro, convenhamos, muito merecido.

esta noite, no marakas, diante do americano de campos, pela quarta rodada da goanabara-2010, já entraremos em campo com o novo uniforme. que nos acompanhará por toda a libertas e pelo brazileiro también. o vagner love e o adriano imperatore podem ir embora no meio do ano, mas a mocinha simpática da batavo é garantindo que estará conosco por toda a temporada.
então vamos adiante.

(um dia quero ser barcelona e não precisar de mais nada além de minhas cores.)

dica de leitura: http://colunas.globoesporte.com/arthurmuhlenberg/2010/01/26/o-que-rolou-na-reuniao-que-aprovou-o-novo-patrocinio/

prazer em conhecer

dois reforços (será?) para o clube de regatas do flamengo.
ontem bateram na gávea os rapazes rodrigo alvim & ramon.
e o andrade já deu a real:
não faz lá muita ideia de quem sejam esses dois...

"O Rodrigo Alvim saiu do Brasil e não atua no país há alguns anos. Tenho boas informações sobre ele. Já o Ramon é um bom jogador que chega para aumentar a qualidade do futebol carioca e será o substituto do Petkovic na temporada."

o gaúcho rodrigo alvim (photo), 26 anos, joga na lateral-esquerda. ele estava encostado no wolfsburg, d'alemanha. surgiu ainda piá no time do caxias, passou pelo grêmio de porto alegre e pelo paraná clube. depois ficou duas temporadas no belenenses, de portogallo. parece que emplacou. de lá foi pr'alemanha. agora chega ao mais querido para tentar derrubar aquele peia do juan maldonado. desde que perdemos o garoto éverton, estamos órfãos de um canhoto que preste. o fla tentou, primeiro, o michael do botafogo, que é um mala. temos ainda outros jogadores para a posição: o garoto jorbinson e o destro everton silva, que vem quebrando o galho por lá na goanabara-2010.

o jovem ramon, 21 anos, é centro-campista. ele estava encostado no cska de moscou, o mesmo time de vagner love, o mesmo time onde hoje joga ibson. foi a terceira opção do fla, depois de douglas (fechou com o grêmio) e do chileno macnelly torres (segue no colo colo). aqui no brazil, ramon foi pouco visto. atuou no atlético mineiro. chega na gávea para ser uma espécie de substituto de petkovic (huaha), pois nosso vovô-garoto não tem mais pique para jogar noventa minutos a cada três dias. antes da chegada de ramon, vale notar, fierro e kleberson e erick flores tentaram, em momentos diferentes, assumir as funções de pets. não deu lá muito certo. temos ainda o garoto vinicius pacheco, que vem sendo o quarto-homem de meio-de-campo nesta goanabara-2010. tu podes dizer que os times pequenos do rio são uma lástima, la verdad, mas ele vem mandando muito bem.

(em tempo: belletti, através do twitter, mandou avisar que não foi liberado pelo chelsea para vir pro mengão. uma boa notícia.)

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

santa fé

tu bem podes dizer que, de certa forma, começa hoje a taça libertadores da américa
para o clube de regatas do flamengo, atual campeão brazileiro de futebol.

hoje o colón recebe o universidad catolica em santa fé, argentina.
(o canal sportv2 anuncia transmissão ao vivo a partir das 21h10.)
os catolikos recebem os colonistas no jogo de volta, em santiago do chile, daqui a duas semanas: nove de fevereiro.

o club atlético colón e o club deportivo universidad catolica disputam a quarta e última vaga no grupo oito da libertas-2010.
é a chave que já tem por ali o flamengo, o caracas fútbol club e o club de fútbol profesional de la universidad de chile (rival histórico e vizinho dos catolikos).
o colón chega ao qualifying por ter feito a segunda melhor campanha entre os times argentinos nos dois certames nacionais de 2009 (clausura e apertura).
e o universidad catolica foi o campeão do apertura chileno.

o mengão entra em campo na quarta-feira 24 de fevereiro, no marakas, justamente diante do pobre classificado entre colonistas e catolikos. nosso compromisso seguinte será em caracas, em dez de março.
lembrando: só o primeiro colocado de cada chave tem classificação certa para as oitavas.

(pois aproveite a pelada de logo mais e vote na enquete aqui ao lado...)

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

denílson neles!

o mengão sempre a surpreender a rapaziada.
a notícia da vez, ou melhor, o balão-de-ensaio da vez
dá conta do retorno de denílson à gávea.

denílson esteve no clube de regatas do flamengo por inesquecíveis três meses, durante o ano de 2000. nessa época, vigorava uma revolucionária parceria com os ilibados gestores internacionais do grupo financeiro ISL. te lembra?
(deixo aqui um abrazo ao grande presidente edmundo santos silva, notável cidadão.)
o fla-ISL terminou a copa joão havelange-2000 num entusiasmante décimo-quinto lugar.
o futebol de denílson no flamengo era uma piada de baixo calão...
e pior: o moço tem dívidas trabalhistas a receber do clube desde então.
taí. agora denílson procurou a kartolagem rubro-negra e disse que quer fazer que nem o petkovic fez no ano passado. assinar com o fla pra abater (um pouco d)a dívida.

marcos braz, procurado pela imprensa para comentar sobre tal proposta indecente, confirmou que rola esse papo, sim, mas não chega a ser "a prioridade do momento". ahn.

denílson de oliveira araújo, 32 anos, foi campeão mundial de futebol pela seleção brazileira em 2002. revelado pelo são paulo futebol clube, o meia-atacante se tornou por um tempo o jogador-mais-caro-do-planeta ao ser vendido, em 1998, para o real bétis, da espanha.
passou por flamengo, bordeaux (frança), al-nassr (arábia saudita), dallas (eua) e parmêra.
ao longo da última temporada, defendeu o itumbiara de goyas (um jogo e nenhum gol) e o xi mang hai phong do vietnã (um jogo e um gol).

sábado, 23 de janeiro de 2010

bangu 1 x 2 mengão (a chronicle)

foram oito minutos. não mais que isso. oito minutos de futebol ofensivo, intenso, vibrante.
oito minutos de quase poesia.
nesse meio tempo, curtinho numa longa peleja de hora e meia, o mengão transcendeu a raça particular de seus valorosos jogadores e se permitiu sonhar com algo maior, algo melhor e mais bonito do que o nosso prosaiko futebolzinho de todo dia.
oito minutos. um tempo bastante útil quando adriano imperatore e vagner love estão juntos, procurando um pelo outro, procurando a pelota, encantando e encantando-se mutuamente. nesses oito minutos, love fez gol, imperatore meteu duas bolas no travessão e o nosso loverman ainda mandou um chute a dois palmos da trave. pobre bangu.
mas saiba que a estreia de vagner love no flamengo foi quase um não-acontecimento.
não foi num dia nobre, um domingo de sol, mas num sábado meio chocho. e não foi no marakas, lar do time mais querido do brazil, mas no engenhão. um estádio sem graça e sem tesão, como que por definição. e nem mesmo nossa nação conseguiu encher o vazião que toma conta das arquibancadas do estádio suburbano. e muito menos a estreia se deu num certame de grande emossão. aconteceu na terceira rodada da taça goanabara-2010. contra o bangu.
enfim, só mesmo o amor pela camisa para justificar aquela espoleta que foi vagner love durante o primeiro tempo do embate desta tarde. o rapaz entrou ventando, balançando as trancinhas rubro-negras. pro primeiro gol, num rebote do arqueiro, love vazou pela pequena área tal qual a flecha de cupido. reboteou a pelota e perdeu o cabaço. pulou a placa de publicidade e foi ter com a moçada.
até esse gol, o bangu dava lá seu sufoquito no flamengo.
o time de andrade, pela primeira vez na temporada, tinha em sua formação mais titulares do que suplentes. bruno zousa no gol, álvaro e angelim no miolo, leo moura de volta à direita, everton silva ainda torto na canhota. juanzinho curtindo ganchinho. williams ainda machucado. na cabeça de área, fernando goyas e torozinho, mais kleberson na meiúca e o garoto vinicius pacheco esquentando o posto de dejan petkovic.
na frente, já sabemos, a estreia da dupla adriano & loverman.
fernando goyas deu um belo drible e chutou forte, seco, rasteiro, obrigando o arqueiro a soltar a bola diante de love. e gol. depois disso, por oito minutos de bola rolando, o mengo se lançou numa blitz de dar gosto. pacheco era um azougue: pela direita, pela esquerda, por dentro da área. (ele que já tinha sofrido um penalty não-marcado quando ainda estava zero-a-zero.) adriano fuzilou o travessão num bate-pronto de fazer o arco tremer. no lance seguinte, adriano quis levar na manha, encobriu o goleirão numa parábola e de novo a pelota estalou no travessão. no que a bola voltou a seu campo de ação, adriano rolou pra love dar um cruzado tinindo que fez a trave afinar. de tão rente que passou. o climax.
e o time então aquietou, tocou a redonda macio. até love, aos quarenta e três, dar uma arrancada em pura tesão, após ver a pelota respingar no cucuruto de adriano. o arrojado love, meio que errando um drible, lutando com o gramado, tabelou com o glúteo do goleiro, mas teve pudores de entrar com bola e tudjo.
(o gramado. quando escrevi "gramado" no parágrafo acima, foi modo de dizer. termo meramente ilustrativo e figurado. o engenhones está um capinzal. meus parabéns ao cesar maia e ao seu estimado botafogo de futebol e regatas, dando aula de como administrar um bem publiko.)
e foi isso. não dava pra querer muito mais num janeiro safado como este.
o time cansou. mal se equilibrou sobre as pernas na segunda etapa. e teve que tirar o pé porque, ainda no final do primeiro tempo, nosso juiz amiguinho inventou um penalty covarde, que o craque naniko tiano cobrou com categoria ímpar. después, nem mesmo a esperada entrada de pets devolveu ao espectaculo seu fulgor daqueles tais oito minutos de euforia da etapa inicial.
e o bangu só não empatou porque, tu sabes, é o bangu.
bueno. não é muito. oito minutos em noventa. mas, como é verão, a gente pode se permitir sonhar com um futebol que reluza ali adiante. na toada de matreiros como pet, e de guris como pacheco. com o charme de adriano, o imperatore desta nação. com o ímpeto de vagner love, o artilheiro do amor rubro-negro.

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

o grande artilheiro dejan petkovic

eu não fiz as contas, não.
mas alguém fez.
quando petkovic puxou a pelota do pé esquerdo pro pé direito, na altura da meia-lua, deixou o defensor do voltaço no chão e chutou em curva pra meter a pelota no segundo pau, exatinho ali, naquele instante, petkovic entrou para a história do clube de regatas do flamengo. mais uma vez.
o gol de fecha-caixão no prosaiko 3 x 1 sobre o volta redonda, pela segunda rodada da goanabara-2010, fez nosso herói sérvio se tornar o maior artilheiro rubro-negro da década.
dejan petkovic, 37 anos, chegou à marca de 52 gols envergando o manto sagrado.
"agradeço muito à torcida, que sempre me apoiou e continua me dando alegrias. tenho essa alegria comigo e não tem nada que me tire esse sentimento", disse nosso estimado pets, ao ser informado sobre a marca histórica. "sou um cara feliz."

alguns desses cinquenta e dois gols, nós sabemos de cor. o gol aos quarenta e três do segundo tempo contra o vaisco da gama, na finalíssima do karioca-2001, garantiu o tetratricampeonato estadual, quase matou o zagallo do coração e entrou na lista dos momentos indeléveis de qualquer flamenguista (aqui eu falo por mim, mas sei bem que falo por ti também).
depois de deixar o flamengo, em 2002, e durante anos perambular com idas e vindas por clubes de menor expressão (atlético, santos, goyas, fluminense, al-ittihad, shangai shenhua, o próprio vaisco), já se dava por encerrada a carreira profissional de dejan petkovic.
até que, ano passado, ele entrou pela porta dos fundos da gávea e saiu carregado do marakas como herói do hexa brazileiro.
pets é o maioral. e o segundo maior artilheiro flamenguista nos anos 2000 é o capetinha edílson.
edílson e pets jogaram juntos pelo fla, e nunca esconderam que se odeiam. edílson tem 51 gols.


os dez maiores artilheiros dos anos 00
pelo clube de regatas do flamengo são...

1 - Petkovic - 52 gols
2 - Edílson - 51 gols
3 - Obina - 47 gols
4 - Renato Abreu - 46 gols
5 - Reinaldo - 45 gols
6 - Léo Moura - 34 gols
7 - Ibson - 33 gols
8 - Adriano - 31 gols
9 - Jean - 31 gols
10 - Juan - 30 gols

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

a vida sem obina

pronto. finalmente marcos braz conseguiu se livrar de obina.
nosso gentil obina voltou da temporada no parque antarctica felizão com a oportunidade de jogar no mengão ao lado do adriano imperatore.
(vale lembrar que, no karioca-2009, quando obiníssimo ficou queimado por não fazer gol algum e era sakaneado pela imprensa bacana, seu parceiro de ataque costumava ser josiel.)
a volta de obina à gávea já se anunciava mesmo mui breve quando vagner love fechou com o flamengo. e a insistente história que vandemburgo luxerley queria levá-lo pro atlético mineiro já perturbava a nação.
pois bem. ontem à noite os atleticanos fecharam o negócio.
o passos cantou essa bola no comments do post abaixo, o noticiário online da espn confirma, o telejornal do sportv encerra o assunto.
obina agora foi vendido de vez. acerta contracto de três anos com o novo clube. aqui está: nosso querido obina não pertence mais ao clube de regatas do flamengo.

eu já me alongara neste blog sobre a imperiosa necessidade de se manter obina na gávea.
(http://mengobeat.blogspot.com/2010/01/sobre-imperiosa-necessidade-de-se.html)
enfim. adriano e vagner love estarão livres de contracto em julho, aí quero ver quem vai ser o atacante do flamengo.
verdade que obinaço jogou pouco nas duas chances que teve este ano (duque e voltaço). mas e quem jogou bem?
espero, então, que nossos queridos kartolas estejam certos em apostar em dennis marques & gil para o brazileiro-2010.
eu pago pra ver. o atlético mineiro também.
boa sorte, obina. que seja feliz, longe de nós, como já nos fez feliz com você.
e saiba que aqui deixará muita gente a sorrir só por lembrar de ti.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

volta redonda 1 x 3 mengão (a chronicle)

parte da diversão de um campeonato karioca é reencontrar antigos pernas de pau vagando por esses times mediokres. contra o duque de caxias, na primeira rodada, pudemos rever maurinho. e até tomamos um gol daquele peia. brincadeira.
agorinha contra o volta redonda, pela segunda rodada, foi a vez de paulinho. lembras dele, paulinho?
volante baixinho, aguerrido e veloz, ex-ipatinga, paulinho foi bicampeão pelo mengão (2007, 2008) e mais do que isso: foi por muito tempo o garoto-propaganda do ney franguismo na gávea. cá pra nós, o paulinho é muito mais jogador do que o leo medeiros, que está entre nós até hoje. e jogou no domingo.
medeiros só não jogou hoje, again, porque andrade não é besta.
andrade, no raulino de oliveira, já entrou em campo com uma formação similiar à que fechou a partida contra o duque.
o que significa bruno mezenga e vinicius pacheco na frente, fernando de volante, fierro pela direita, everton silva invertido na canhota e leo medeiros no raio que o parta. para o miolo da área, a volta de nossos zagueiros-artilheiros david & ronaldo angelim. sentadinho no banco: petkovic.
o primeiro tempo foi algo desastroso. pacheco e mezenga tinham tanta vontade nas pernas que se atrapalhavam com a pelota. o time inteiro parecia querer descontar o pouco entrosamento acelerando o toque de bola. claro que não dava cierto. quem brilhou mesmo na primeira etapa foi sua excelência luís antônio silva santos. na mesma jogada, ele teve as manhas de dar amarelo pro kleberson, amarelo pro mezenga e expulsar andrade. por isso foi uma surpresa danada o mengão, em duas pelotas, fechar a etapa por 2 x 0.
dois gols de bruno mezenga. seus primeiros dois gols entre os profissionais. o garoto merecia.
raul quadros, comentarista da tevê, que se mostrou encantado com a marcação p*rradeira do voltaço, não conseguia esconder seu desapontamento durante o intervalo. "o volta redonda esteve muito melhor armado em campo e foi ao ataque com mais propriedade. são coisas do futebol."
existem também as cousas do mengão. o time voltou bocejando para o segundo tempo e nem mesmo um gol de tássio (centroavante que atuou no futebol cipriota) pareceu acordar os mancebos. andrade não estava mais à beira do campo. mas, nossa suerte, petkovic estava por lá.
pets entrou e resolveu a parada em menos de três minutos. quando torozinho (o paulinho que deu certo) roubou uma bola na meia-cancha, ela acabou chegando a pacheco, que meteu para pets meio forte demais. petkovic amansou o bicho, deu-lhe um tapa com o pé esquerdo para o pé direito e, entre três adversários, chutou em curva. grande petkovildo!

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

o manto sagrado

tudo bem que nosso gentil obina, pra variar, apareceu meio gordito este final de semana.
mas veja essa photo do jogazo contra o duque de caxias e repare apenas na camisa do clube de regatas do flamengo em movimento.
repare como nossa camisa é bela, como é simples e elegante em vermelho e preto.
o calor do vermelho e a sobriedade do preto, como a conciliar o arrebatamento desta paixão que é o futebol com a tranquilidade de quem sabe que nasceu para ser grande.
repare como essa camisa é clássica. como tem história. como há um pedaço enorme de todos nós dentro dela.
como ela nos faz lembrar de antigos ídolos, de grandes conquistas, de pesadas derrotas.
como é bela a camisa do flamengo, e como fica ainda mais bela assim, limpa, altaneira.
como fica ainda mais bela sem patrocínio algum, sem marcas registradas, sem nada entre nós.
veja a photo mais uma vez e note como, uma photo simples desta, nos leva para outro lugar.
e aproveite a viagem. dentro em breve vai ter ali um belo trissílabo "batavo" a celebrar o maior contrato da história do blablablá...

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

edmílson é o terror

é até divertido de lembrar...
o ibson aposentou o roque junior no brazileiro-2008.
o flamengo deu um show de bola e detonou o parmêra por 5 x 2, no marakas, naquele 16 de novembro de 2008. uma jornada incandescente de ibson, e de kleberson também - só ibson meteu três gols.
http://www.flamengo.com.br/flapedia/Flamengo_5_x_2_Palmeiras_-_16/11/2008
hoje a sociedade esportiva palmeiras anunciou a dispensa de edmílson.
eu estava pra te dizer que o dejan petkovic tinha aposentado o edmílson.
por conta do recente 2 x 0 lá dentro do parque antarctica.
mas não dá pra sakanear muito, não...
pois agora ouço que edmílson pode, a qualquer momento, assinar com o clube de regatas do flamengo. ele chegaria pra ser o tal beque experiente que está a nos faltar (um jogo na temporada e álvaro já foi expulso e já nos desfalca na quarta contra o voltaço) neste elenco cheio de guris...
edmílson é tarimbado. isso não se discute. mas provou, não só no encontro com o pets como também em todo o brazileiro-2009, que não é mais uma figura com a qual convém contar. não.
tanto que só quem está atrás dele, além do flamengo, é o patético mineiro...
a alternativa que se especula, sem edmílson, seria o retorno do zagueiro rodrigo. que estava no são paulo. também sou contra.
dia desses, ano passado, não?, o rodrigo estava no flamengo e, logo no primeiro jogo, caiu torto no gramado e quebrou o braço.
jogou tipo quinze minutos. ainda machucado, rescindiu o contrato e foi correndinho para o são paulo, falando mal da estrutura do flamengo. então para que trazer esse cara de novo?

domingo, 17 de janeiro de 2010

mengão 3 x 2 duque de caxias (a chronicle)

me lembro bem do estadual de 2005.
quero dizer, não lembro p*rra nenhuma daquele ano miserável!
bueno, uma das poucas lembranzas que ainda trago de tão inglória temporada é a de que o mengão estreou na taça goanabara recebendo o olaria no marakas. levou de três.
nosso ataque titular era marcos denner & dimba.
de tal modo que tentei não me desesperar durante a peleja de hoje, primeiro desafio do clube de regatas do flamengo após o glorioso ano de 2009. comparando com aquela estreia de 2005, a partida desta tarde foi uma exibição de gala.
dá pra resumir ligeiro o embate contra o poderoso duque de caxias no marakas.
no comecinho do primeiro tempo, williams foi cortar um chute frontal contra nosso gol e torceu o pé. saiu de campo. no comecinho do segundo tempo, álvaro se espichou até derrubar um atacante prestes a varar nossa grande-área e fez falta-quase-penalty. foi expulso.
o frankenstein que era o flamengo ficou ainda mais torto. sua defesa era terra de ninguém. a avenida leo medeiros, na esquerda, apresentava tráfego intenso. e obina ainda não desistiu dos acarajés. andrade fez uns truques durante o jogo. sumiu com o medeiros e com o erick flores. inverteu o everton silva da direita para a esquerda. recuou o fierro para a lateral direita. fez o time correr com vinicius pacheco e bruno mezenga. eis o ponto positivo: andrade mostrou que conhece a rapaziada e sabe mudar o time duas, três vezes durante o jogo.
o gol do duque, o primeiro do jogo, foi marcado pelo maurinho. sim, aquele maurinho. o pior lateral da história rubro-negra. aliás, o time do duque de caxias é tão ruim, tão ruim, que o veterano maurinho é o seu meio-campista armador. o pensador.
no gol de empate do flamengo, do kleberson, a pelota bateu no primeiro poste, roçou a rede, fez uma curva, bateu no segundo poste e saiu. no segundo gol do flamengo, do fierro, o álvaro (!!) acertou um passe rasteiro vertical de vinte metros. e o gol da vitória, o terceiro do flamengo, foi marcado pelo fernando. sim, aquele fernando. o irmão do carlos alberto. peladones de primeira!

2010: a new decade

e lá vamos nós traveiz.
it's all happening again. hoje começa a temporada 2010 para o clube de regatas do flamengo no futebol profissional. um novo ano, uma nova década, uma nova diretoria.
o orgulho de ser rubro-negro renascido e batendo forte em nosso S2.

eu creio que a temporada de futebol deveria ser suspensa no ano imediatamente seguinte àquele que teve o flamengo como campeão. pra gente curtir mais. ou, pelo menos, a temporada poderia ser adiada pra depois do carnaval, depois da copa do mundo... enfim.
mas não tem essa. atual campeão estadual e nacional, o flamengo agora defende seus cinturões e busca novas e maiores conquistas.
a temporada 2010 nos reserva três certames:
o campeonato karioca, a taça libertas e o campeonato brazileiro.

hoje estreamos no karioca contra o duque de caxias, grande rival regional do vaisco da gama na segundona-2009. o time que andrade juntou, depois de uma semana de pré-temporada, é um little frankenstein. o fla deve formar esta tarde no marakas com:
bruno zousa; everton silva, álvaro, david e leo medeiros (!); toró, williams, kleberson, fierro e erick flores; obina.

são três desfalques permanentes em relação à equipe titular da última temporada:
zé roberto, que voltou à alemanha.
airton, que foi vendido pela traffic ao benfica de portugal.
garoto everton, que foi vendido pela traffic ao tigres do méxico.
às ausências desses três titulares, deve ser somada a perda de dois suplentes pouco vistos em ação. o arqueiro diego, prata da casa, cansado de ser banco do mala bruno zousa, pediu as contas e hoje desconheço seu paradeiro. o atacante maxi biancucci, o popular maxi goiabinha, primo do lionel messi, nunca teve lá muitas chances e agora tenta a vida no cruz azul do mexico. sempre gostei dele, mesmo que sem muito motivo, admito, e aqui lhe desejo suerte.
e vale lembrar que maldonado, notável volante, fundamental para o hexa nacional, está praticamente fora do nosso clube. com o joelho arrebentado, só deve voltar a campo em maio, em junho tem copa do mundo, e depois seu contrato vence.
lamento profundamente.

foram apenas dois os jogadores contratados para a equipe até o momento.
vagner love, o artilheiro do amor, que paralisou todos os demais negócios na gávea durante semanas e, enfim, foi anunciado. espero que agora gaste a pelota. gosto de seu futebol, de seu estilo, de sua marra. forma uma dupla de rubro-negros vocacionais com adriano imperatore. os dois perderam dinheiro em melhores contratos para defenderem o flamengo às vésperas da copa do mundo. é razão suficiente para eles arrebentarem. e contamos com isso.
até porque o outro recém-contratado é o volante fernando, ex-goyas, que... deixa pra lá.

o andrade ainda espera um novo lateral canhoto, já que garoto everton foi embora. e o grande mala juan maldonado puxa um belo gancho de dez partidas no estadual (toda a primeira fase da goanabara e mais um pouco) depois do chilique que deu no maicossuel nas finais do ano passado e depois do chilique que a imprensa deu por conta do chilique dele. parece que um certo michel vai assinar esta semana. ele era do botafogo e sei que o pessoal de lá questiona seu (dele) caráter.
andrade também pediu um meia armandinho, para ser o suplente de nosso véio amigo petkovic. não dá mais pro pets jogar noventa minutos a cada três dias. então o flamengo corre atrás do douglas, ex-camisa dez do corinthians, que não chega a ser grandes coisas, muito pelo contrário, mas taí dando sopa.
parece que é isso, da parte de andrade. eu ainda ia querer mais um zagueiro, alguém experiente, porque os atuais suplentes são todos meninos. e mais um volante, por favor, e que seja alguém de envergadura, porque os baixinhos williams e toró correm feito busca-pé e o time, lá pelas tantas, vai precisar de um camarada mais jeitoso para amaciar a pelota e acalmar o ritmo.

então... hoje, dezessete de janeiro de 2010, começamos a temporada assim...

1) goleiros. temos lá bruno zousa. que se acha o tal. seus reservas são jovens e muito, muito inexperientes. marcelo lomba e getulio vargas são dois nomes engraçados, mas que impõem respeito zero. é torcer pro bruno zousa ter a saúde de um touro. e deixar de peruzar. (folklore: marcelo lomba bate em mulher, que nem o bruno zousa.)
updating: getulio vargas, em verdade, está catando pro duque de caxias. emprestado. não sei quem ficou sendo o terceiro goleiro.
2) laterais. pela direita, estamos arranjados com leonardo moura para mais um ano. deve ir pra quinta temporada no fla. acho que, antes dele, por aquelas bandas, só o leandro durou tanto tempo. charles guerreiro e jorginho, não. leo moura se tornou melhor jogador depois que andrade passou do 3-5-2 pro 4-4-2. dá até pra suportá-lo. seu reserva imediato é o aguerrido everton silva. temos também o guri rafael galhardo, da seleção brazileira sub-19. pela canhota, encontramos sua majestade juan maldonado. e é isso. andrade parece não querer mandar logo o menino jorbison pro pau. ele também é da seleção sub-19. gosto muito dele. mas andrade deve ter suas razões. preferiu, hoje, mandar a campo o volante leo medeiros improvisado. puxa.
3) zagueiros. me fascina a dupla álvaro & ronaldo angelim. mas cuidado: o contrato de álvaro vence em julho. e no banco só temos moleque. temos o surpreendente david, que mostrou que tem estrela, mas ainda precisa de muito feijão. temos o wellington e o fabricio, duas crias da casa, que apresentaram altos e baixos quando deles precisamos. o marlon, outro da mesma safra, foi emprestado. é pouco beque pra muito jogo, muito cartão, muita suspensão. peço urgência aqui.
4) volantes. ah. teoricamente temos o maldonado. teoricamente. na real são torozinho e williams, incansáveis. mais o tal do fernando, chegando agora. mais o tal do leo medeiros, que estava emprestado mas surgiu de novo. leo medeiros, ex-ipatinga, é o último remanescente do ney franguismo na gávea. uma chaga a ser combatida. pensei que estava morto e enterrado. evidente que subestimei a capacidade de nossos kartolas de sustentarem sujeitos imprestáveis. não estou bem certo de quem são os pratas da casa para a posição, mas se eles fossem minimamente razoáveis, creio que andrade não teria pedido fernando. no ano passado, foram vistos por ali os meninos lennon e camacho. o rômulo foi emprestado. não fará falta, porém precisamos de mais gente.
5) meias. eis um verdadeiro deserto no futebol brazileiro. sorte que contamos com o sérvio mais cool do pedaço: dejan petkovic. ainda no departamento de imigração, encontramos um chileno, o fierro, um rapaz que me dá sono. mas o andrade demonstra uma boa vontade renitente para com o gringo. andrade é uma boa pessoa. kleberson está de volta. quando estava começando a engrenar, ano passado, sofreu aquela cretina lesão num jogaço do time do d*nga contra a legendária esquadra da estônia. se kleberson voltar em seu ritmo costumeiro, só vai engrenar de novo lá por novembro. a ver. hoje, contra o duque de caxias, sem pets, temos fierro e kleberson na companhia de erick flores. esse jovem mancebo surgiu nos juniores comendo a bola, mas tá duro de se firmar entre os profissionais. a copa são paulo-2010 revelou dois notáveis infantes: guilherme e eliab. papai do céu os proteja.
6) atacantes. a nação sonha com adriano imperatore & vagner love tocando o terror. te confesso que eu até dormi mal a noite passada, entregue a essas fantasias lúdicas. muita emossão. e ainda por cima temos a volta de nosso querido obina, ídolo absoluto das massas, que nunca deveria ter sido emprestado. espero que fique até o final do ano. dizem que não fica. mas o flamengo vai perder o imperador e o loverman para o segundo semestre. e encarar um campeonato brazileiro com dennis marques e gil é pedir para passar vergonha e virar o botafogo. olhando para a patotinha da casa, despontam as figuras de bruno mezenga, outro que ainda tem de confirmar seu futebol entre os crescidos, e de vinicius pacheco e william amendoim, ambos voltando de empréstimos. a copa são paulo-2010 nos apresentou joão victor e dudu. empatia total.

é isso. por fim, chamo a atenção pra gurizada que vai pipocar aqui e ali ao longo do ano. que bom para todos nós que todos esses garotos agora têm andrade como treinador. que sorte. que felicidade. que honra. que orgulho. imagina que, até ano passado, eles subiam pro time principal e davam de cara com o cuca. ou davam de cara com sujeitos como caio junior. nossa. me gela a alma ver como pudemos maltratar o clube de regatas do flamengo por tanto, tanto tempo...

sábado, 16 de janeiro de 2010

goanabara-2010

compromissos do clube de regatas do flamengo pela primeira fase da taça goanabara-2010.
(pra recortar e guardar)

dom 17/01 - 17h00 - mengão 3 x 2 duque de caxias, no marakas
qua 20/01 - 18h30 - volta redonda 1 x 3 mengão, no raulino de oliveira
sab 23/01 - 17h00 - bangu 1 x 2 mengão, em moça bonita
qua 27/01 - 19h30 - mengão 3 x 2 americano, no marakas
dom 31/01 - 19h30 - fluminense 3 x 5 mengão, no marakas
qua 03/02 - 21h50 - mengão 3 x 3 olaria, no marakas
dom 07/02 - 17h00 - boavista 1 x 2 mengão, no eucyzão, em saquarema

sobre a imperiosa necessidade de se manter obina na gávea

vagner love mal vai ter tempo de desfazer as malas e balançar as trancinhas.
já chega com data marcada pra ir embora.
assim como adriano imperatore deve, enfim, voltar pras europa depois da copa do mundo.
e vale lembrar quem são os dois atacantes que o clube de regatas do flamengo comprou durante o brazileiro-2009
numas de fazer uma meia-sola no elenco depois da perda de sheik emerson: dennis marques e gil.
repetindo: dennis marques e gil.
dennis marques, alegando problemas pessoais, ainda não deu as caras no clube este ano, gazeteou bonito toda a pré-temporada de porto feliz. sendo que ele, nas poucas e miseráveis vezes que entrou em campo, ano passado, mostrou que estava completamente fora de forma, fora de ritmo, etc. esses tais problemas pessoais dele, que eu sei bem quais são, envolvem aquele objeto esférico.
e quanto ao gil... nada precisa a ser dito sobre o "gil"... precisa?
fora esses dois plastas, o flamengo só tem guri: bruno mezenga, vinicius pacheco e os avantes da copa são paulo-2010 (joão vítor e dudu). todos são gente fina e parecem entender da pelota - mas todos ainda verdinhos demais pro rubro-negro.


por isso eu não entendo a insistência do flamengo em se livrar do gentil obina.
assim que ele voltou do palmeiras, os camaradas já queriam despachá-lo para o atlético mineiro. mas essa história esfriou, e os mineiros vão de tardelli & muriqui. o papo de agora, me parece, é vender nosso obiníssimo pro santos. que não quer pagar, quer pegar emprestado apenas. a ver como fica.
e vale lembrar que, ao contrário dos coleguinhas bacanas, obina é do flamengo, foi comprado pelo flamengo. é patrimônio do clube.
o flamengo corre sério risco de ter dennis marques & gil como dupla de ataque no brazileiro-2010.
abre o olho, andrade!

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

amor de verão

vagner love se apresentou hoje na gávea.
e chorou ao falar do clube de regatas do flamengo:

"É um sonho de uma vida inteira, de infância.
É um prazer imenso.
Jogar ao lado de grandes jogadores, como o Adriano, vai ser maravilhoso.
Por mim, ficaria no Flamengo a vida inteira.
Quero aproveitar o desejo do meu coração da melhor maneira possível.
Estou muito feliz por estar aqui hoje.
Pretendo retribuir todo carinho em campo.
Vou jogar minha vida pelo Flamengo.
Quero ganhar a Libertadores e o Mundial.
Tenho muitos planos."


ah. sim, muitos planos. mas só ele fica até 31 de julho. sim, ficaria no flamengo a vida inteira. mas vai ter que sair no final de julho. vai ter que sair antes mesmo das finais da libertas-2010, que nem o adriano, se até lá o flamengo chegar. assim funziona o futebol profissional: palabras bonitas e prazos curtos.
lindo, não?

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

all you need is love

craque, o flamengo faz em casa (será?)


o clube de regatas do flamengo ganhou a copa são paulo de juniores uma única vez.
foi em 1990. já fazem 20 anos. hoje aquela conquista é apenas esta photo em baixa resolução.
aquele time campeão alinhou-se num 4-3-3 para a finalíssima, contra o juventus da rua bariri, com...
adriano no gol; mário carlos pela direita e piá pela esquerda; tita e júnior baiano no miolo da zaga; um meio campo de diminutivos carinhosos com fabinho, marquinhos e djalminha; mais marcelinho no ataque, ao lado de paulo nunes e nélio.
incrível, não?
mário carlos e tita sumiram sem deixar vestígios. mas os outros nove jogadores...
adriano, junior baiano, piá, fabinho, marquinhos, djalminha, marcelinho, paulo nunes e nélio foram campeões brazileiros em 1992.
nélio e paulo nunes eram titulares absolutos no ataque do time de carlinhos. piá foi muito contestado na lateral-esquerda, mas arrebentou com o botafogo nas finais. fabinho entrava direto na cabeça-de-área com uidemar. marquinhos segurava a onda do vovô júnior no meio-campo. junior baiano e outro jovem zagueiro da mesma safra, rogério, se revezavam na companhia do experiente wilson gottardo. adriano era banco do goleirão gilmar.
marcelinho e djalminha também eram titulares dos juniores de 1990 e banco dos profissionais de 1992. depois estouraram pra valer em outros times: corinthians e palmeiras.
só estouraram longe da gávea. até porque, a exemplo do que aconteceu com tantos outros jogadores mais tarde, como adriano futuro imperatore em seus imberbes dezenove anos, eles logo foram queimados pela kartolagem do clube. djalminha saiu no tapa com renato gaúcho e foi dispensado ligeiro. marcelinho saiu a preço de banana. e até marquinhos e paulo nunes também foram barato para, respectivamente, palmeiras e grêmio.
(são algumas das mais retumbantes realizações de nossos kartolas.)
e notável como os 17 anos de jejum entre os brazileiros de 1992 e 2009 ecoam os 20 anos sem copa são paulo, não?
não que ganhar a copa são paulo seja garantia de quentes kanecos mais adiante.
e não que vencer seja obrigação nas categorias de base.
não que o flamengo simplesmente tenha parado de revelar gente boa. basta vez a seleção do d*nga que, fora o enigma adriano imperatore, tem entre seus principais atletas o goleirão julio césar e o zagueiraço juan.
mas parece ser um fato claro:
o time de moleques do rubro-negro deixou de ser criadouro de bambas para se tornar depósito de ações a curto prazo para venda internacional de atletas ainda verdes. a preço de custo.
nesse ponto, a decadência do flamengo reflete a decadência de todo o futebol brazileiro. e nossos times de futebol se tornaram reféns de atletas medíocres que foram mandados embora da europa, de jogadores ciganos que trocam de clube a cada seis meses e de veteranos que se arrastam em campo graças ao baixo nível técnico da turma toda.
(o flamengo de 2009 com o repatriado adriano e o renascido petkovic é uma feliz exceção. sabemos disso.)
vale assistir ao time do fluminense nesta copa são paulo-2010. ele tem um jogador formidável: wellington silva, de dezesseis anos. que já é empregado do arsenal de londres.

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

satellite of love


Satellite's gone up to the skies/ Things like that drive me out of my mind
I watched it for a little while/ I like to watch things on TV...
(lou reed)

domingo, 10 de janeiro de 2010

grandes batalhas do hexa: 2 x 1 grêmio

futebol não rola apenas dentro de campo.
a última semana de campeonato brazileiro-2009 foi uma longa guerra de nervos.
ao fim da qual, os noventa minutos de flamengo x grêmio foram quase que um alívio.
o são paulo, justamente o são paulo über alles, resolveu inkrivelmente b*ndar seguido na recta final do certame e assim deixou o flamengo com a mão no kaneco. o outrora líder imbatível parmêra, rodadas antes, já se deixara cair pelo caminho.
de tal forma que, mesmo o flamengo dando aquele vacilo tremendo contra o goyas, o time de andrade teve as manhas de chegar à rodada final dependendo apenas dele mesmo. (aqui vão meus sinceros parabéns para a incompetência alheia.)
o clube de regatas do flamengo precisava apenas de uma singela vitorinha no marakas. contra o grêmio que, jogando fora de casa ao logo de todo o campeonato, só conseguira vencer o rebaixado nautiko capibaribe.
uma vitória. e o flamengo conquistaria seu sexto título nacional. o primeiro em dezessete intermináveis anos.
o são paulo, quem diria, aparecia apenas correndo por fora.
o concorrente direto ao título, ao lado do mengão, era o internacional de porto alegre.
ironia do destino. ironia que serviu pra incendiar a semana na tal guerra de nervos. os colorados estavam na mão do grêmio. de nada adiantava a esquadra de mário sérgio meter quarenta gols no santo andré, em porto alegre, se o co-irmão grêmio não segurasse, ao menos, um empate no rio de janeiro.
claro que, por conveniência, o internacional se esquecia de que esteve lá no rio, no primeiro turno, com um time misto, por conta das finais da copa do brazil, e que de lá voltou com 4 x 0 na babagem. o internacional também se esquecia de que, já no returno, com o flamengo a disputar o bolo da frente com o próprio colorado, o encontro entre as equipes se deu num completo charco, graças à péssima drenagem do estádio beira-rio, impossibilitando qualquer resultado diferente do 0 x 0. esses pontinhos, agora, estavam fazendo uma falta danada.
e ao internacional só restava a guerra de nervos. jogar a responsa pra cima de grêmio e flamengo.
bueno. quase deu certo essa covarde estratégia colorada.
tarde de domingo. seis de dezembro de 2009. partida válida pela trigésima-oitava e derradeira rodada do campeonato brazileiro de futebol. o flamengo que iniciou o jogo naquele marakas, lotado por 84.848 felizardos, era um time acuado, assustado, nervoso. sem brilho. sem charme. sem tesão. lembrava em muito o flamengo de duas semanas antes, o flamengo que penou diante do goyas. e o grêmio, alijado de qualquer disputa, levou a campo um time de jovens e de suplentes, cheio de gente querendo mostrar serviço.
não deu outra: o flamengo hesitava, a torcida calava e os camaradas fizeram um gol besta, numa batida de eskanteio. gol de um certo menino roberson. paniko absoluto.
sabe-se lá como, o flamengo conseguiu empatar em menos de oito minutos. levou aos vinte, empatou aos vinte e oito. sabe-se lá como, porque o time ainda estava irreconhecível. quase um acaso: bola alzada na área, airton por duas vezes pula para cabecear e manter a pelota viva, até que ela cai ao lado de adriano, que, marcado por um beque, fica pedindo mão na bola de tal maneira que ele nem vê quando sai o gol, ele está de costas pro lance, desatento ao desenrolar da jogada, reclamando com o juiz, enquanto a pelota sobra para o zagueiro david acertar um chute de primeira.
david, aliás, que não era nem para estar jogando. só estava jogando aquela decisão porque o álvaro estava suspenso e o andrade não leva a menor fé no wellington (no que faz muito bem).
o empate foi tosco. mas foi lindo também. o flamengo poderia voltar mais tranquilo pra segunda etapa. mesmo sabendo que o internacional fazia a parte dele e patrolava sem miserikordia pra cima do rebaixado santo andré. o inter estava sendo campeão brazileiro. e seria mesmo campeão ao fim da tarde, se o flamengo não fizesse mais um gol.
outro gol poderia ter saído ainda no primeiro tempo com adriano. não fosse o jovem arqueiro reserva marcelo grohe. airton, williams e petkovic, depois, também tiveram chances.
mas, do jeito que aconteceu, o segundo gol do flamengo foi quase por acaso, assim como tinha sido o primeiro.
mais uma intervenção divina, se tu quiseres levar as cousas pra esse lado.
porque o petkovic estava de saída. vinte e poucos minutos do segundo tempo, pets a andar em campo, exausto pela marcação do volante porradeiro túlio (aquele mala que foi trivice pelo fogones) e pela correria geral da molecada gremista. mas, bem na hora de pets sair, fierro já estava na beira do campo e o repórter da tevê já tinha anunciado a substituição, bem nesse momento, o jovem aírton desaba no meio-campo. o colosso aírton vai ao chão sentindo câimbras nas pernas. andrade prefere segurar a troca por um instante, pra ver se o touro aírton realmente tinha se esgotado (pouco provável) por ali. e justamente nessa hora o flamengo tem um eskanteio pela esquerda después de jogada de garoto everton, juan e adriano. sim, amiguinhos, um eskanteio pela esquerda!
petkovic, então, em vez de sair de campo pro fierro entrar, dá uma corridinha até lá, pra tentar uma bola aérea pela última vez.
petkovic já tinha, daquela posição, feito gols olimpikos contra o patético-mg e contra o parmêra. desta vez, no entanto, ele achou melhor não arriscar. mandou para dentro da área. acertou exactinho na testa do ronaldo angelim. o predestinado ronaldo angelim.
e pronto.
http://video.aol.co.uk/video-detail/melhores-momentos-flamengo-2-x-1-grmio-pela-38-rodada-do-brasileiro-2009/2286961405


ronaldo angelim: herói de nossa gente!

sábado, 9 de janeiro de 2010

grandes batalhas do hexa: 0 x 0 goyas

uma grande conquista não seria assim tão grande não fosse grande também o drama.
oh. as cores cinzas da tragédia esmaeceram o vermelho-e-preto das arquibancadas do marakas.
o povo já estava a cantar feliz. deixara tudo acertado para o momento de glória. mas...
eu ainda me lembro de como o botafogo de futebol e regatas, momentos antes da grande festa, venceu o descrédito universal e atropelou o virtual heptacampeão nacional, o überlíder são paulo, dentro de um improvável engenhones. foi uma agonia: a cada vez o são paulo reagia no placar e o alvinegro ia lá, once more, a acertar-lhe as fuças, no embalo do magnífico jóbson. naquela tarde, time nenhum do mundo venceria o botafogo de lúcio flávio & estevam soares.
de modo que o servizo sujo estava feito. e agora o clube de regatas do flamengo só dependia das próprias pernas para, já no comecinho da noite do domingo 22 de novembro, somar três preciosos pontinhos dentro de um ensandecido marakas.
três magikos pontinhos que catapultariam o fla por sobre a bambizada aflita e deixariam o faceiro time de flagelados na ponta da classificação do campeonato brazileiro-2009.
disputadas trinta e seis de trinta e oito rodadas.
que lindo seria ver o flamengo assumir a ponteira do certame na antepenúltima rodada!
porque era só questão de tempo e paciência, pra gente detonar o goyas, pobre goyas, que despencava durante o returno feito jaca madura. na manha.
e este é aquele momento poetiko em que os outros gostam de dizer que o flamengo derrapou na soberba e na presunção. usou de salto alto e tal. bueno. bem sei que é essa a versão corrente, um interminável blablablá rancoroso que ganhou forza aqui e ali, nas últimas temporadas, quando o flamengo de facto se deixou surpreender de calzas curtas em um papel ridículo (a malfadada final contra o santo andré na copa do brazil, o desmoralizante sacode do infame defensor em montevideo, a abominável noite do gordito cabañas naquela libertas). soberba é a palabra. mas, me perdoem, terei que contrariar a "verdade" estabelecida...
não faltou vontade, empenho e suor para o flamengo diante do goyas naquele domingo. não foi por acomodação, preguiça ou seachismo que o flamengo não conseguiu acertar um mísero e solitário gol. nadja disso.
o time simplesmente entrou em paniko. o time medrou. o time tremeu. pura paúra. a pelota queimava nos pés da rapaziada e o coro de oitenta mil torcedores esperando/exigindo o gol só fez o couro da bola queimar ainda mais pesado. e nesse recorrente queimar, queimar-se, o time entrou numas de querer logo, querer logo, e tudo foi piorando num rodamoinho de tensão que não tem nada a ver com o futebol bem jogado. acertar o passe era uma aventura, chutar a gol era puro risco e ver a defesa do goyas se safar de bolas e mais bolas era um eterno pesar.
o time se exauriu em campo. tornou-se presa fácil diante de um adversário sem ter o que perder. a poesia do franco atirador.
when you got nothing, you got nothing to lose, já cantava roberto.
petkovic, que não é mais nenhum rapazola, não manteve o pique. adriano se perdeu entre três (!) beques: ernando, leandro euzébio e rafael tolói. nem fierro e nem bruno mezenga são suplentes que entrem e mudem um jogo. e o tal do arqueiro harlei, tiozinho e pancinha, resolveu que era o gordon banks do cerrado.
de uma cousa estou cierto: este jogo poderia estar rolando até agora, até hoje, nove de janeiro, que o flamengo continuaria incapaz de acertar um gol que fosse. incapaz.
só me espanta que o goyas também não tenha conseguido porcaria de gol nenhum.
um viva pra nossa heroika retaguarda! bruno zousa, álvaro e angelim se desdobraram. e mesmo leo moura e juan maldonado tiveram de abandonar a pose. torozinho e willians e aírton: até parecia que tinha mais gente no meio-campo do que esses três. e mesmo petkovic foi visto dando carrinho na lateral da defesa rubro-negra.
o empate sem gols, chorado como uma vitória, lamentado como uma derrota, acabou por ser a mais dura batalha do hexa.
e o flamengo ainda estava vivo.
http://video.aol.co.uk/video-detail/flamengo-0-x-0-gois-melhores-momentos-pela-36-rodada-do-brasileiro/2821822429

silêncio atordoante no marakas: os meninos e os homens

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

grandes batalhas do hexa: 2 x 0 nautiko

o nordeste brazileiro sempre foi a segunda casa do clube de regatas do flamengo.
o rubro-negro practicamente jogou dentro de seus domínios ao enfrentar o nautiko capibaribe no estádio dos aflitos, no recife, na tarde de 15 de outubro de 2009. partida válida pela trigésima-quinta rodada do certame nacional.
empolgada pela ascensão acachapante do time de andrade, a flamengada apareceu de todo o canto do nordeste.
tinha gente da parahyba, das alagoas, do cearah, do rio grande do norte... era o povo brazileiro querendo ver o flamengo campeão nacional após dezessete anos. e era tanta, tanta gente que os flamenguistas dividiram a arquibankada dos aflitos meio-a-meio com seus anfitriões, encurralando a torcida alvirrubra dentro de seu próprio caldeirão - aliás, mais caldeirão do que nunka, pois, sob o calor abrasivo do domingão, o nautiko estava prestes a voltar pra segundona.
se as dependências da praça de desportos estavam palmilhadas meio-a-meio, dentro do campo, o flamengo se espalhou logo nos instantes iniciais. o flamengo tomou conta dos território, asfixiando o nautiko e exercendo pleno domínio das acções. era tamanha a supremacia rubro-negra que parecia mesmo que éramos dezoito homens em campo, contra meia-dúzia de nautikanos. se o toque de bola do flamengo não era ainda mais vistoso, era porque o inglório capinzal dos aflitos atrapalhava o showtime do mengão.
vencendo os tufos de capim com sua técnica balcânica, petkovic mais uma vez ditava o ritmo da peleja. adriano escapava da marcação adversária e estendia as fronteiras de seu império para toda a meia-cancha ofensiva, tabelando com pets e tocando pra williams & zé roberto.
por sua vez, o nautiko era quem mais arriscava chutar a gol. mas sem levar perigo real à meta de bruno zousa.
então nadja poderia ser mais natural do que leo moura, aos dezesseis minutos, descer pelo meio e enfiar a pelota pra williams brincar veloz de ponta-direita. de lá ele cruzou alto pra adriano, que, passando da bola, ainda teve a manha de ajeitá-la numa embaixada e rolá-la macio pra leo carimbar de prima na entrada da área. o arqueiro glédson pegou no susto, mas deixou que a pelota sobrasse para petkovic ali dentro da pequena área. mengones bonito 1 x 0.
de tão bonita que foi a jogada, os camaradas resolveram repetir. mas aperfeiçoando, deixando mais limpa, mais clean, mais chique. minimalismo futebolistiko. quarenta e seis minutos: leo moura de novo a descer pelo meio e de novo a enfiar a pelota para a ponta-direita. só que, desta vez, era o zé roberto quem estava por lá, e foi dele a ideia de cruzar rasteirinho para (adivinhe quem?) adriano chegar na frente do arqueiro glédson e tocar na bola firme porém gentilmente. mengones aindamaisbonito 2 x 0.
missão cumprida ainda no primeiro tempo.
os guerreiros rubro-negros voltaram pra segunda etapa com o espírito mais leve e a bola mais terna. o tal do irênio ainda faria bruno zousa se espichar todo. mas, de resto, foi totó do mengão, totó do mengão e muitas chances criadas e perdidas. bem que eles poderiam ter feito três ou quatro. porque aquela galera na arquibankada bem merecia. mas estava tudo cierto: seguramos o jogo, somamos três pontinhos, ultrapassamos o parmêra e ficamos no encalço do multicampeão são paulo.
agora seria só a bambizada vacilar, que o urubu estaria a rapinar.
http://video.aol.co.uk/video-detail/natico-0-x-2-flamengo-melhores-momentos-pela-35-rodada-do-brasileiro-2009/25136111

o arqueiro glédson até se jogou aos pés de adriano, mas o imperatore não perdoou

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

grandes batalhas do hexa: 3 x 1 patético-mg

foram dez minutos de intenso terror.
era tudo ou nadja para o mengão. e o time estava acuado lá atrás, sofrendo uma blitz do patético mineiro.
mineirones lotado para a tarde de oito de novembro. mais de 60 mil pagantes. partida válida pela trigésima-quarta rodada do brazileiro-2009. e valendo, para o clube de regatas do flamengo, sua sobrevivência no certame.
depois de embalar no returno, passar quase dez juegos invicto, depois de bater o favorito parmêra, bater o überfavorito são paulo, depois de enfim entrar no G4 da competição, ahora bastava uma derrota, uma prosaika derrotinha fora de casa pro patético-mg e a viola se veria em caco.
caso contrário, se o flamengo expugnasse a fortaleza alvinegra, veja que sensacional:
a mulambada-sem-futuro ultrapassaria o sensacional patético-mg na classificação e ficaria a um pulinho ou dois dos espectaculares são paulo & parmêra, a um pulinho ou dois dos maiores e mais dignos representantes do que há de mais muderno e ousado em nosso futebol pátrio. faltando ainda quatro rodadas.
nesse cenário de pura emossão, foram dez minutos de intenso terror.
o juizão apitou o início da peleja no mineirones e o patético-mg não saiu mais de seu campo de ataque. ao flamengo restando somente uma ou outra escapulida em contra-ataque, logo dizimadas pelo meio-campo oponente.
era isto: o time de andrade fechadão ali atrás. e o diego tardelli se rasgando de vontade de meter gol e mostrar como ele, craque de bola, fora tão injustiçado na gávea.
mas eis que, aos oito minutos, o que seria mais um daqueles contra-ataques a esmo, o petkovic transfigurou num arrebatamento.
ele acertou um estupefaciente lanzamento de quarenta metros até o zé roberto na canhota. e o zé correu feito doido, batendo pra gol e descolando um córner pela esquerda. atenção: um córner pela esquerda!
petkovic vai andando até a bandeirinha de escanteio. sem pressa. como se fosse um lance qualquer de um jogo chinfrim. demorou tanto que até me bateu um flashback da historika batalha do parque antarctica e eu, que estava a roer unhas, justamente eu, que não sou dessas clarividências, desci do sofá beat e me sentei no chão. ainda cutuquei o joelho do brother andré de garcia, ali sentado, aflito, ao meu lado:
"olha o gol olimpiko, olha", balbuciei, momentos antes do milagre encarnado numa pelota de couro.
e acabou-se ali o patético mineiro.
pode soar chato e presunçoso escrever isto aqui. perceba que há uma incongruência em meu discurso: como pode um time que se lanzava tão frenetikamente ao ataque simplesmente se esvaziar e murchar e perder todo o brilho com um simples gol?
bueno, não foi um simples gol. foi um golazo olimpiko justamente quando os pateticanos não esperavam. eles continuaram a atacar, claro, mas o nervosismo fazia a bola tomar rumos tortos e a plateia simplesmente calou-se em toda a arena desportiva. tanto que o flamengo passou a fazer linhas de passes do que antes eram contra-ataques desconjuntados e, numa dessas, o maldonado, que nunka foi sujeito disso, acertou um golazo invadindo soberando a área de carini. pronto.
ah. pra constar... é verdade que, ainda no primeiro tempo, aquele mala do ricardinho fez um gol para eles, aproveitando uma bobeira inkrivel da antes perfeita retaguarda flamenguista. mas não foi nadja. mal deu pra torcida mineira levantar o traseiro da arquibancada. mal deu pra eles se animarem durante o intervalo. o gol do ricardinho foi bom mesmo pro flamengo, que voltou ligado pra segunda etapa - e não deu mais um mole daqueles.
ainda deu tempo de o fierro cruzar uma pelota linda no cucuruto do adriano imperatore.
só pra ficar mais bonito: 3 x 1, repetindo o placar do primeiro turno e confirmando o patético mineiro como um dos mais fiéis fregueses do clube de regatas do flamengo na história.
depois dessa vitória arrasadora e incontestável, a presenza dos flamenguistas se tornou indifarçável em cada esquina, em cada rua, em cada casa de cada cidade de todo este país. a nação se fez notar ainda mais nitidamente em vermelho e preto.
difícil segurar a emossão. mas todos nós teríamos de ter espírito de leão pelas próximas quatro longas semanas.
o povo queria o flamengo campeão brazileiro. e era questão de tempo.
http://video.aol.co.uk/video-detail/08112009-atltico-mg-1-x-3-flamengo-melhores-momentos/3076425568

cena que já virou rotina: mais um gol olimpiko do moço petkovic