quinta-feira, 11 de agosto de 2011

duas ou três cousas sobre o mengo & o corinthians paulista

peço licença aos leitores, e a mim mesmo, para publikar
aqui a coluna
caretinha que saiu hoje no jornal. grato.

Ausências, reforços e um baita enigma
Flamengo e Corinthians estão a disputar a liderança do Brasileiro-2011 como tem que ser: a cada pontinho. Nesse duelo particular entre algumas dezenas de milhões de torcedores espalhados pelo país, convencionou-se que o Corinthians do técnico Tite é o time do valor coletivo, do conjunto, da disciplina tática. O Fla de Ronaldinho Gaúcho é o time do talento individual, da inspiração, dos arroubos decisivos.
Há um fundo de verdade nisso. Apenas um fundo. Time algum vai a lugar algum, muito menos ao topo de um certame como este, sem levar em si ambas as virtudes. (Exemplo: o Uruguai.)
A te dizer, portanto, que a recente queda de rendimento do Corinthians pode ser associada à saída do artilheiro Liédson, machucado. Jorge Henrique, Willian e Sheik Emerson têm suas qualidades — mas, entre elas, talvez não esteja a de se passar por referência.
Do mesmo modo que a saída do arqueiro Júlio César, também por contusão, abriu uma inédita insegurança no setor defensivo. Insegurança que estourou na conta do jovem Renan, contratado dia desses para ser titular, agora barrado por Danilo Fernandes, que há duas semanas era apenas o terceiro goleiro.
São duas referências vitais para um time de futebol: o centroavante, para quem os meias criam; e o goleiro, que vê a defesa inteira e canta seu posicionamento.
Porém, segue inalterado o futebol de Danilo, que nunca foi apreciado como poderia ter sido. Danilo promove um arraso discreto. Como aquele Douglas de uma recente encarnação corintiana, ele é o meia-armador que não se faz notar, que não produz jogadas de efeito, mas que dita o ritmo do jogo e faz com que todas as bolas naturalmente passem por ele.
Taí o tipo de jogador que pode/poderá/poderia vir a fazer falta ao Flamengo de Ronaldinho Gaúcho & Thiago Neves. Teoricamente, o Renato seria este cara: a conduzir na meiúca, abrindo para Gaúcho (pela esquerda), Neves (pela direita) ou Deivid (céus). Mas isso nunca funcionou direito no time do professor Luxemburgo.
O que vem funcionando, e vem fazendo o Fla crescer de produção e ganhar solidez, são as entradas providenciais dos reforços de meio de temporada. Aírton, ainda que um tanto chucro, divide o trabalho pesado com Willians. Aposta acertada em quem tinha feito bonito no Brasileiro-2009. E, com Júnior César, o time consegue reproduzir na esquerda as jogadas habituais do outro lado (com Leo Moura). Deve-se a ele uma parcela da melhora de Gaúcho no último mês. O Fla pagava caro para seu craque jogar ao lado do Egídio.
Luxemburgo terá proximamente a entrada de Alex Silva na defesa. Ele poderá ou não se encaixar com Ronaldo Angelim, que enfim reassumiu a quarta zaga. A ver.
É o Corinthians, no entanto, quem guarda um elemento que pode vir a mudar os rumos do Nacional. Não convém fazer muito alarde... Mas já pensou se o Adriano Imperador resolve voltar jogando bola a sério? Será ele ainda capaz de fazer algo próximo ao que fez no Fla há um par de anos? Dará tempo para Adriano?
O Brasileiro-2011 vai até quatro de dezembro.