quinta-feira, 8 de setembro de 2011

corinthians paulista 2 x 1 mengão (a chronicle)

pronto. será que agora podemos dizer oficialmente que o time deste senhor vanderlei luxemburgo foi de vez para as kucuias?
nossa derrota desta noite, assim de virada, com gol aos quarenta e quatro do segundo tempo num pacaembu abarrotado, foi a devida recompensa colhida pela covardia de nosso douto professor.
que estava ganhando o jogo mesmo sem merecer, deixou empatar barato, tentou se agarrar a esse placar e, enfim, saiu de campo justamente vencido por quem atacou mais, por quem quis jogar bola o tempo inteiro.
o flamengo, para te dar a real logo de saída, não jogou pedrinhas. mas isso, convenhamos, nem chega a ser novidade. há mais de mês, desde a vitória sobre o cruzeiro em minas geraes, o mengo embalou bonito ladeira abaixo no campeonato brazileiro.
três empates e quatro derrotas nos últimos sete compromissos. o time que não perdia pra ninguém agora perde de goyanos, havaianos, bahianos e corinthianos.
só quero ver qual será a desculpa da vez - o juiz, os desfalques, o wellington, a seleção, o peido ou seiláoquê...
terceira rodada do returno do brazileiro-2011. o clube de regatas do flamengo, cortejando uma crisis, formou no pacaembu com felipe para o gol; gustavo e wellington na zaga, leonardo moura pela direita, junior cesar pela esquerda; maldonado e williams na cabeça de área, renato pelé e thiago neves no meio; ronaldinho e deivid ao ataque.
e o corinthians paulista, ciente dos riskos que também corria, postou-se logo com um trio de atacantes (sheik emerson, jorge henrique & liédson) e buscou o ataque desde seu primeiro movimento. se há um mês falávamos deste jogo como uma final antecipada, os gambazitos realmente se comportaram como quem estava a disputar uma final. com menos de cincoenta segundos de jogo (!), caboclo já estava em cima do wellington - e wellington já errava o primeiro passe.
te dizer que o flamengo ficou manjado, meu camarada. todo mundo já percebeu, já entendeu de que jeito esse time joga, qual apito que a gente toca. só quem não se tocou dessa realidad foi o nosso professor lux, incapaz de pensar em alternativas, incapaz de improvisar, incapaz de apresentar soluções quando temos uma equipe como a que vimos esta noite. uma equipe sem... 1. saída de bola, 2. disposição tactica, 3. toque de bola, 4. arremate a gol.
o primeiro tempo foi um comprido treinamento de ataque contra defesa. o ataque corinthiano contra a claudicante defesa flamenga. com maldonado suando para chegar nas bolas. sem ritmo de jogo. até levou um amarelo de bobeira, só por não estar inteiro. gustavo e wellington, juntos no miolo de zaga, faziam com que moura e cesar não pudessem se ausentar da defesa. tinham de ficar ali cobrindo os beques. e, sem nossos laterais no apoio ao ataque, restavam maldonado e williams tentando passezinhos sem graça no meio.
e veja em que situação metemos o nosso arqueiro felipe. como sair jogando se na tua frente tu tens wellington e gustavo? felipe tentou resolver esse problema dando bikancas para a frente. chutões, chutões, chutões. só para as bolas invariavelmente caírem nos pés dos defensores alvinegros e todo o ciclo de ataque-contra-defesa se reiniciar.
era esse o clima quando, passada meia hora de peleja, o ronaldinho gaúcho bateu um daqueles seus eskanteios. aqueles seus tiros de canto que saem rentes ao primeiro pau - e dali a bola espirrou para deivid - fechando no segundo pau - tocar pro gol. essas cousas doidas do futebol.
de modo que o flamengo voltou para a segunda etapa podendo apresentar todo um novo jogo.
os corinthianos estavam ainda meio bolados, no reinício da partida, afinal tinham passado toda a primeira etapa pressionando o flamengo de tal forma que felipe era nosso mellhor jogador. como o corinthians também está (estava) a atravessar um momento de baixa autoestima, àquela altura nem eles estavam bem certos do que faziam em campo, nem sua torcida dava corda nas arquibancadas.
enfim, era o momento ideal pro mengão partir pra cima da gambazada, meter mais um gol e deixar a crisis lá no parque são jorge. e acho que até tentamos fazer isso. por uns quinze minutos. aí nos faltou (mais uma vez) o tal do punch. o tal do poder de decisão. com gaúcho bem marcado, thiago neves e deivid mais uma vez eram peso morto, eram inúteis. com moura e cesar subindo só na buena, o time até trocava passes na frente e deixava o tempo correr. mas isso durou pouco.
pois quando um time tem uma defesa como esta nossa, basta uma bolinha boba pra bagaceira azedar. basta, por exemplo, o alessandro bater um lateral um pouco mais fuerte e lançar o objecto espherico dentro de nossa área - que aí ele acaba sobrando pro liédson chutar cruzado.
e o flamengo reagiu ao empate da pior maneira possível. e o luxerley reagiu ao empate da pior maneira possível.
o time recuou. o lux trocou maldonado por muralha. que o maldonado nem era para jogar noventa minutos mesmo. mas lux fez mais do que isso. lux tirou o inútil do neves e botou o darío bottinelli. estou até agora pasmo. como ele pôde fazer isso? como tu não pôdes, luxerley, perceber que aquela era a hora de meter negueba e/ou diego maurício?... porque o corinthians veio pra cima feito doido, a torcida empurrando o time, mais na cara do que no juízo, e tínhamos o contraataque à nossa feição. ah, luxemburgo, por quinhentos paus por mês, era tua obrigação te dares conta disso... como puxar contraataques com deivid e bottis?
quando lux botou o fierro em campo, o troço ficou claro. sempre me acontece uma epifania quando o fierro entra em campo. siempre. a epifania de hoje trazida pelo fierro, pra mim, foi a revelação imediata de que o vanderlei luxemburgo estava a abrir mão dos contraataques. estava a abrir mão de tentar os três pontos. mesmo sem vencer há seis rodadas, o senhor vanderlei luxemburgo estava a abrir mão de tentar a vitória nos últimos minutinhos.
e aí, meu velho, o castigo vem no lombo.