sexta-feira, 16 de março de 2012

a ressaka paraguaya

resta o sentimento de que a noite de ontem não foi tudo.
resta o feeling de que o pior ainda está para nos acontecer. mais do que pelo jogo de volta no paraguay, mais do que pela sorte do nosso time nesta libertas-2012, eu temo pelo futuro imediato do processo de renovação do clube de regatas do flamengo.
é compreensível que a juventude da equipe tenha cumprido um papel importante no desenrolar da tragédia de ontem.
de repente, o time cheio de velhos matreyros se tornou um time com seis garotos da casa: paulo victor, rafael galhardo, muralha, luiz antonio, thomás (depois negueba).
já vejo papai joel voltando com seu cão-de-caça williams e com o craque renato pelé. (menos mal que kleberson não foi inscrito na libertadores.) afinal esse meio de campo ágil & jovencito não faz mesmo o estilo de joel santana.
os garotos, ontem, durante o levante do olimpia nos últimos quinze minutos, não esboçaram reacção alguma. verdad. mas tampouco tiveram reacção os veteranos: junior cesar e ronaldinho gaúcho e dario bottinelli e vagner love ficaram aparvalhados tanto quanto os meninos; no segundo gol do olimpia, marcos gonzález, e não david braz, foi driblado com facilidade...
enfim. é sabido que corremos certos riscos quando se joga com um time jovem assim. e ontem tudo que deu errado deu tremendamente errado por quinze minutos de pesadolo. mas agora é preciso que joel não escolha simplesmente a saída mais fácil. este seria um fardo pesado demais para ser atirado apenas nas costas dos meninos.
perceba que o que vimos ontem não foi exactamente um problema de técnica, de preparo físico, não foi uma questão de qualidade do time. foi sim uma derrota de cabezinha, de espírito e de atitude. quando estávamos prestes a conseguir uma vitória aguardada com ansiedade, travamos ao primeiro infortúnio e não soubemos reagir. freud.
e isso me parece ser mais fácil de ser corrigido nos mais jovens. ou menos difícil, como queira.
antes do olimpia nos atingir com a fúria dos guaranys, vale lembrar que tivemos meia hora de um flamengo vistoso, bom de bola e assaz promissor no início do segundo tempo. antes ainda, durante o primeiro tempo inteiro, tivemos um flamengo vigoroso, compenetrado na bola e até surpreendente pela disposição que não se via no fla dos velhos matreyros. e creio que, em nome desses bons momentos, em nome dos garotos que ainda têm um futuro inteiro pela frente, é preciso insistir com esta equipe.
e é preciso que a torcida, mesmo engolindo o choro, tenha noção de que não se cresce sem dor.