domingo, 4 de março de 2012

duque de caxias 1 x 2 mengão (a chronicle)

não foi um jogaço, este de macaé. mas foi um jogo bem importante.
acho que o flamengo de joel santana já poderá voltar para o rio de janeiro, después de duas partidas e um breve internato, carregando um par de saudáveis convicções na bagagem...
a primeira, para mim, ficou evidente esta noite: o fla é um tanto mais dinâmico quanto mais jovem for seu meio de campo.
a segunda, te dizer, também me parece ter ficado mais clara do que nunca, ainda que seja um tanto óbvia: nossos veteranos e sabichões atacantes têm que decidir as paradas logo que a oportunidade se apresente.
o ligeiro aprendizado dessas duas lições nos garantirá uma temporada com o mínimo de drama possível.
o drama, por suerte, nunca será extirpado por completo de uma partida. a ver felipe, esta noite, a sair de ambulância do campo. a ver a falha de paulo victor, seu reserva, complicando o jogo. a ver camacho, no final do jogo, a sair de maca depois de uma exibição animadora. enfim. o futebol é cheio de som & fúria. mas alguns dramas podem ser evitados, né bottis?
o importante é que o flamengo somou três pontos.
ah. nem tanto. o importante é que joel santana ganhou mais pistas & indícios para montar seu quebra-cabeças e escalar o time do flamengo que, com os desfalques que se empilham na enfermaria, terá que entrar em campo já nesta quinta-feira pela libertas-2012.
o clube de regatas do flamengo, nesta segunda rodada da taça rio-2012, entrou no moacyrzão com felipe para o gol; marcos gonzález e david braz na zaga, rafael galhardo à direita, junior cesar à esquerda; muralha e luiz antonio e camacho pelo meio, ronaldinho gaúcho mais à frente, deivid e vagner love para o ataque.
muitas novidades. a juventude flamenga a assumir posições no time. diante dos desfalques de moura, aírton e williams (enfermaria) e renato pelé (suspensinho). mais a aguardada estreia de gonzález no lugar de wellington.
interessante esse meio de campo com os três jovens practicamente atuando em linha: antonio mais pela direita, muralha pelo centro, camacho mais pela esquerda. os três subindo e descendo o tempo todo, participando de jogadas em ambas as grandes áreas. gaúcho, libre mais à frente, ganhou pela primeira vez na temporada constantes oportunidades de tabelinhas & jogadinhas. e se mais não fez, o gaúcho, é porque ele foi a nota dissonante nesse meio de campo. não apenas pela timidez ofensiva, mas pelo apuro físico aquém dos colegas. natural. é isso o que acontece, papito, quando tu já passastes dos trinta e simplesmente deixas de treinar.
o primeiro gol do flamengo, em grande parte, foi possível graças a toda essa nova movimentação que a garotada imprimiu à equipa inteira. o deivid apareceu na meiúca metendo um passe docinho pra vagner love estourar área adentro por entre os marcadores.
a pelota, àquela altura, estava correndo mais pelos pés do duque de caxias. e nosso adversário desta noite é um time muito limitado. toda a análise do jogo tem que passar por essa condição do nosso adversário. por isso mesmo, pouco podemos falar do desempenho de gonzález & braz diante de um ataque fraquito. e podemos apenas ficar otimistas, não muito mais que isso, com o desempenho de nosso novo meio de campo.
mas a pelota, até o gol de love, passava mais pelo duque do que pelo flamengo. o gol deu uma invertida no clima da paretida. a galera incendiou nas arquibancadas. mas aí teve aquele lance com o felipe e, depois que o arqueiro foi para o hospital, a tesão rubro-negra evidentemente deu aquela broxadica.
o segundo tempo ia no banho-maria. como aqueles jogos do estadual. tu sabes como. um passar de tempo burocrático. a molecada deu uma baixada no pique. a energia das arquibancadas se perdera. e o paulo victor vacilou numa batida de falta, lá de longe, lançando o flamengo naquele nosso nervosismo tão conhecido.
vaisco, boavista, duque de caxias.
nesses três jogos, o flamengo sai na frente logo no começo. mas em vez de decidir logo a fatura, aproveitar o momento que se apresenta, o time lentamente relaxa, passa a não se interessar tanto pelo jogo e permite que os adversários, mesmo os mais fajutos deles, cresçam diante de si.
desta vez o péricles bassols deu uma ajudinha maneira. ao apitar penalty em love. e o gaúcho, sabe-se lá como, conseguiu acertar a cobrança. resolvido. faltava uns dez minutos. e daí foi tranquilo levar os últimos minutos.
mas veja como alguns problemas sérios se apresentaram no pior momento do flamengo...
a) para botar o darío bottinelli em campo, o joel não teve culhão de tirar o gaúcho.
b) então joel tirou o galhardo, que estava bem, e nada tinha a ver com as calças.
c) bottis entrou pilhadaço e, num lance tolo, acertou um carrinho desqualificante.
de modo que, se sairemos de macaé com aquelas duas lições bem deschavadas, essas novas questões se apresentam. como lidar com o gaúcho? o joel não vai relar nele, não? e o bottis então? como confiar no bottis como um trunfo para o momento ruim do flamengo se, novamente, ele apronta dessas? hein?