a classificação do flamengo à libertadores-2012 foi muito festejada em dezembro passado. mas só esta noite foi realmente confirmada. uh. quando o flamengo enfim, e a muito custo, despachou o real potosí de volta para a montanha. de lá para cá, da última rodada do brazileiro-2011 até esta noite no estádio do engenhão, pode-se dizer que o flamengo não teve sossego.
mesmo nas férias. mesmo na pré-temporada. mesmo antes de o time sequer ir à campo. não teve paz o fla nem por um instante. vivemos nesses dois meses um semfim de novelas e de crisis e de escândalos se arrastando, se repetindo, se sobrepondo.
hoje ainda é primeiro de fevereiro. e enquanto bato esta chronicle, vanderlei luxemburgo ainda é o técnico do flamengo. sua entrevista colectiva, nos intestinos do engenhones, está sendo mais esperada do que o jogo que há pouco se encerrou. mas f*da-se luxemburgo.
falar do jogo. no jogo, o flamengo precisava bater o real potosí pelo placar mínimo. depois de perder na bolívia, na última quarta-feira, precisávamos vencer os camaradas no rio para nos confirmarmos no grupo dois da libertas-2012. e cá estamos agora ao lado de lanús da argentina, olimpia do paraguay & emelec do ecuador.
o clube de regatas do flamengo apareceu no engenhão com felipe para o gol; wellington e david braz na zaga, leonardo moura pela direita, junior cesar pela esquerda; williams na cabeça de área, luiz antonio e renato pelé mais pro meio, darío bottinelli de armandinho; ronaldinho gaúcho e deivid ao ataque.
uma formação um tantinho mais arejada do que de costume na era luxerley. afinal, não tinha outra saída pro fla a não ser meter gol...
e o real potosí apresentou-se conforme o esperado. se lá na bolívia o lux quis armar seu time num 4-4-2 à sulamerikana com duas linhas de marcação - e foi um desastre - hoje o nosso professor tomou uma aulinha de como funziona esse troço. o potosí se trankafiou no próprio campo: uma linha de quatro mancebos na risca da grande área, uma linha de cinco na intermediária, um único homem no círculo central. foi essa retranka que tivemos de aprender a burlar.
muita paciência, muito toque de bola, muita insistência. custou cronometrados trinta e nove minutos. mas conseguimos vencê-la. o gol saiu num lance de bola parada: gaúcho batendo falta pela direita e o moura fazendo de cabeça. antes disso, deivid e gaúcho tinham perdido gols feitos. e o bottis tinha mandado na trave o que seria um daqueles golaços dele. mas o primeiro tempo não foi apenas um showtime do flamengo, não. custamos para entender o que se passava. os jogadores foram entrando no ritmo aos poucos, um de cada vez, e quando o árbitro chamou o intervalo, estávamos bem em campo.
o flamengo manteve tal pegada na etapa complementar. mas, então, os
potosianos é que tiveram de quebrar a estratégia inicial e buscar um
golzito que fosse. que o empate era deles. a sensação que eu tive foi de
que o flamengo foi cansando. e aos poucos deixava que os visitantes
começassem a criar oportunidades. bolas altas, na maior parte das vezes.
eles já estavam cientes de que nossa zaga teen não é de nada. (e o
juizão peruano já tinha demonstrado não ser exactamente de
confiança...)
o professor luxemburgo estava atento. e tomou uma
atitude rara, raríssima, quase que inédita em sua tão superlativa
carreira: ele tirou o renato pelé de campo. lindo. tirou o renato pelé.
uau. e tirou também bottis, que já tinha feito bastante e estava
pregado. os garotos muralha e camacho entraram no clima da decisão e deram sangue
novo ao time exausto.
e assim o flamengo recobrou fôlego, voltou a
levar a melhor na disputa pela pelota e pôde ainda fechar o placar com
ronaldinho gaúcho a fazer daquelas graças que ele faz - dentro da área
boliviana. aí já eram quarenta e oito do segundo tempo. estávamos,
enfim, começando a sentir o cheiro de taça libertadores. vai ser doido.
quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012
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