domingo, 15 de janeiro de 2012

uma vez flamengo...


o clube de regatas do flamengo está em processo acelerado de autodestruição. muitos de nós se espantam que já tenhamos chegado a este ponto assim tão cedo em janeiro, sendo que a temporada 2012 sequer começou, mas a real é que a fervura vem vindo lentamente...
os dirigentes do flamengo jogaram pela janela o tradicional período de compra-e-venda de final de ano ao espicharem a corda de algumas novelinhas bastante complicadas. é facto que precisamos de uma zaga melhor. mas sonhamos com juan, vindo da roma, e depois com bolívar, mesmo suspenso pelo tribunal. e não tínhamos mais o que fazer, o que tentar, quando esses dois não vingaram.
exactinho o mesmo processo se deu em relação ao nosso ataque. sabedor que precisamos de um artilheiro, nossos kartolas insistiram - alguns insistem ainda - com o vagner love. quando o cska moscou recusou a oferta do flamengo por love, que já sabíamos desde junho ser menor do que o desejado, não havia outro para o seu lugar.
sendo que o flamengo já tem um jogo decisivo no dia vinte e cinco de janeiro. daqui a dez dias. vai entrar em campo com as mesmas deficiências do ano passado. porque não conseguiu os reforços que se sabiam necessários. e também pode entrar em campo com algumas novas deficiências em relação àquele time que o próprio treinador dissera já ter dado para o gasto. novas deficiências porque, além de não contractar ninguém, pode perder seus principais jogadores.
um deles, pelo que dizem, já foi.
assim como tentou que os russos aceitassem por cinco vódegas o que eles pretendiam vender por dez vódegas, o flamengo tentou empurrar doze camelos para o al hilal. os árabes vinham pedindo por thiago neves quinze camelos desde que ele foi emprestado ao fla. há mais de ano. agora a unimed juntou quatorze camelos e levará neves embora. normal. neves nunca foi jogador do nosso clube. repito: ele estava emprestado. e os dirigentes do fla passaram todo 2011 cientes de quantos camelos eram pretendidos pelo al hilal. não?
ronaldinho gaúcho foi tratado como estrela máxima do clube de regatas do flamengo desde o primeiro dia. depois de um exasperante leilão promovido pelo assis, ficou acertado que o novo lar do caboclo seria o rio de janeiro. e veja que belo negócio a vereadora patricia amorim tinha descolado no verão passado: gaúcho tem dez picolés como salário mensal, mas o flamengo só daria para ele dois picolés, porque os outros oito picolés - repare que genial - seriam dados pela traffic. que sorte uma empresa amiga como a traffic.
bueno. se o gaúcho era/é o principal nome da gestão patricia amorim, seu garoto propaganda, se ele mereceu tratativas levadas em diante pela vereadora em pessoa ao longo de meses, se ele assinou contracto com o flamengo para ser o ídolo da nação, ser o dez do time, o mais célebre jogador do clube, o maior vendedor de camisas rubro-negras, o rosto para aparecer em jornais e revistas e chamadas da rede globo... se o ronaldinho gaúcho chegou para ser, enfim, o principal patrimônio do clube de regatas do flamengo... como aceitamos não ter cem por cento do controle sobre ele? como aceitamos que a maioria de seus picolés viesse não daqui da nossa geladeira, mas da geladeira de um outro lugar qualquer?
ao abrir mão do gaúcho, ao abrir mão de lhe pagar integralmente pelos seus servizos, perceba, o clube de regatas do flamengo já o deixava escorrer por entre seus dedos desde o dia um de contracto.
agora vai ser bacana ver a dona patricia amorim & seus incompetentes amigos tratando do assis, do gaúcho, da traffic, do al hilal, do neves, da unimed, do love, do cska, do raio que o parta como sendo eles todos os maiores vilões do pedaço. os maiores traíras, vira-casacas, filhasdap*ta e escr*tos do futebol mundial. se não forem, que sejam.
mas, meu camarada, em algum momento de sua história o clube de regatas do flamengo tomou uma posição, assumiu uma atitude que hoje se reflete em tudo isso por aí. em algum momento de sua história, o centenário flamengo achou por bem deixar de "fazer seus craques em casa", como dizia seu antigo lema. em algum momento da história, um dos maiores clubes do futebol brazileiro decidiu que dali por diante venderia barato seus jovens jogadores & compraria caro os jogadores mais badalados em que pudesse roçar seus dedos.