domingo, 2 de outubro de 2011

são paulo 1 x 2 mengão (a chronicle)

não foi a vitória com que sonhávamos.
mas foi a vitória de que precisávamos.
e tão importante quanto bater o über são paulo futebol clube num morumbi lotado e encharcado foi aquele empatezinho maneiríssimo entre vaisco da gama e corinthians paulista lá em são januário. esses dois resultados emprestam uma sobrevida ao mengão. seis pontos nos separam da ponta. faltando ainda onze rodadas.
voltamos pra briga, neném.
seguimos em sexto lugar na táboa de classificação do brazileiro-2011 porque, miseravelmente, o flunimed bateu o santos no sábado. nada que não se resolva logo. teremos um fla-flu rasgador neste próximo domingo e - bueno, essa é outra estória...
a te dizer agora que, na festa que o são paulo armou pro luis fabiano no morumbas, o flamengo teve muito mais vontade de vencer, teve melhor sorte nos lances cruciais do jogo, esteve mais ligado nos momentos decisivos e, ainda por cima, conseguiu escapar com vida da roleta russa que foi a arbitragem do senhor fabrício neves correia. portanto, o placar foi justus.
o clube de regatas do flamengo chegou para a festa dos outros, nesta vigésima-sétima rodada do brazileiro-2011, escalado com felipe no gol; alex silva e wellington na zaga, rafael galhardo pela direita, junior cesar pela esquerda; aírton e williams na cabeça de área; renato pelé e thiago neves pelo meio; ronaldinho gaúcho e deivid ao ataque.
tudo isso para um primeiro tempo chocho. baita anticlimax para a bruta expectativa que cercava o encontro. na hora de a bola rolar, o que se viu foi um são paulo sem pressa, alheio ao frenesi da multidão, que tratou de esfriar os ânimos. o flamengo, por sua vez, aceitou passivamente o compasso da dança ditada pelo anfitrião. de tal modo que o lance de mais impacto para o morumbi lotado, naquela primeira etapa, foi a bola que luis fabiano acertou no travessão. mas a jogada já estava parada por impedimento. e creio que isso já diz muito sobre a sensação de coito interrompido.
a garoa apertou, virou chuva das boas. e o flamengo também tentou se engraçar no segundo tempo. o jogo ficou mais franco. em dez minutos tivemos mais lances de área (lá e cá) do que em toda a etapa inicial. foi então que o senhor fabrício correia, certamente sensível ao crescendo do espectaculo, resolveu ele também dar sua parcela de contribuição. o juizito expulsou garoto lucas por conta de um empurrão no williams. tolice.
o jogo perdia um dos seus personagens principais. e professor luxerley foi mais esperto que seu colega, adílson batista, ao tirar aírton e meter diego maurício pro ataque. esperto porque aírton já tinha amarelo e bate demais - estava na cara que o árbitro ia dar aquela compensada. a resposta do batista foi bem burra. tirou o fabiano pra meter o carlinhos parahyba. burra porque, mesmo sendo bem verdade que o festejado fabiano já estava sem gás, tu tirar um atacante-ídolo pra meter um volante-tosko passa uma impressão muito ruim - para todo mundo, inclusive pros teus jogadores.
ou seja, o são paulo deu aquela recuada. e aí abriu um clarão pro junior cesar ali na nossa ponta esquerda. cesar então aproveitou pra ver até onde podia avançar. chegou até a linha de fundo. depois aproveitou pra ver quantas pelotas n'área poderia cruzar. na terceira ou quarta, thiago neves abriu o marcador na cabezinha.
poucas vezes um gol foi tão ensaiado quanto esse. poucas vezes um gol deu tantas pistas de que iria sair quanto esse. até porque o flamengo estava mancoeba: na ausência de leonardo moura, menino galhardo esteve tímido demais para se aproveitar da avenida juan maldonado. o flamengo, portanto, insistia em jogar pela canhota. com gaúcho partindo dali. com césar se apresentando. com neves se juntando a deivid na espera pelos cruzamentos. o gol só não saiu antes porque rogério ceni, desde o primeiro tempo, garantiu uma sequencia de belas defesas.
lembrando que lux tinha tirado aírton de campo para que o vaca braba não acabasse levando vermelho. pois deveria ter tirado o williams também. e não deu outra, camaradinha, na primeira oportunidade que surgiu, o infame fabrício correia mandou o williams pra fazer companhia ao lucas nos chuveiros do cícero pompeu de toledo.
e aí o ânimo do jogo virou ao contrário. foi a vez de o são paulo se colocar de pé e encurralar o fla até empatar. o batista aproveitou para refazer seu ataque, tentando corrigir a c*gada que tinha feito, e meteu o menino henrique. mas quem fez o gol foi o dagoberto. e este foi outro gol ensaiado. da primeira vez que dagoberto acertou um canudo de longe, o felipe rebateu meio esquisito. da segunda vez, dois minutinhos mais tarde, não teve jeito.
enfim. parecia que empataríamos. nenhuma novidade em se tratando deste flamengo do lux. o próprio fabrício correia, que ajudara o joguito sem sal virar uma pelada frenética, dava sinais de que era hora de acomodar. ele poderia ter expulsado o dagoberto logo após o empate, num lance bem mais grosseiro que os de lucas e williams. mas ficamos por isso mesmo.
só faltou combinar com o carlinhos parahyba, aquele fera que o adilson batista botara em campo no lugar do luis fabiano. pra tu ver que quando, aos trinta e tantos minutos, nosso renato pelé derivou pelo meio e recebeu a bola na zona do agrião, ele fez cara de craque mas pegou mal no couro, bem mal, seu chute saiu maskado. mas aí o intrépido parahyba veio deslizando bonitamente de b*nda no relvado molhado e meteu o pezão no objecto espheriko... um toquinho de leve. apenas o suficiente pra desviar sua incerta trajectoria para além das possibilidades de rogério ceni.