domingo, 9 de outubro de 2011

mengão 3 x 2 fluminense (a chronicle)

esta me parece ser uma daquelas vitórias que podem entrar para a história da nação flamenga. já pensou?
aquele fla-flu de 2011, aquele do bottinelli... sabe qual?
para que isso nos aconteça da maneira mais bela e eficaz, ainda teremos dez rodadas de brazileiro-2011 para tirar quatro pontos do corinthians paulista. já foi mais difícil.
como não pude ver o jogo, esta tarde, eu acabei tendo que me virar com o tal compacto do sportv agorinha há pouco. já sabendo do resultado, já ciente de algumas particularidades da peleja, como o papelão de abel braga sendo levado pra fora de campo e choramingando sobre a arbitragem.
o choro é libre. mas abel deveria é dar uma dura no seu time. o flu b*ndou bonito e deixou o fla empatar por duas vezes ao longo de um arrepiante segundo tempo - e ainda virar gostosinho nos minutinhos finais. bottis aos quarenta e um minutos. bottis aos quarenta e três minutos. deve ser duro pra um treinador ver seu time perder assim quando esteve melhor em campo quase até o fim. quase. tadinho do abel.
que o fla-flu do justin bieber se tornou o fla-flu do darío bottinelli por um desses caminhos tortos próprios do futebol.
o time do flamengo estava mais eskalavrado que o gramado do engenhão. a grama do estádio foi pisoteada por milhares de adolescentes histerikas em dois dias consecutivos. e o mengo já chegou por ali todo torto. nosso arqueiro felipe parou nos vestiários. e o jovem paulo victor assumiu sua posição à baliza.
de tal forma que o mengão mexidão formou para esta vigésima-oitava rodada de brazileiro-2011 com paulo victor ao gol; alex silva e wellington na zaga, leonardo moura pela direita, junior cesar pela esquerda; maldonado e muralha na cabeça-de-área, renato pelé e thiago neves no meio; diego maurício e deivid para o ataque.
poucos times sobreviveriam à saída do melhor jogador, do goleiro titular e de sua dupla de volantes. esse era o desafio primeiro da equipe do professor luxerley neste domingo. e outro desafio: controlar a pelota naquele campo de guerra. e ainda um último desafio: bater o fluminense, tradicional rival, melhor time do returno, actual campeão nacional, blablablá.
e cá de minha parte reconheço que esta é uma chronicle complicada de fazer. fora do tempo. empacotada num compacto. mas pelo que pude ver daqui...
diante de nossa dupla improvisada de volantes (maldonado & muralha), os ataques tricolores se davam pelos flancos. principalmente no primeiro tempo, principalmente às costas de junior cesar, aproveitando os espaços entre ele e maldonado e wellington. o facto de os gols só terem saído na segunda etapa - e o último deles já sem maldonado em campo - mostrando como fomos incapazes de conter essa sangria. e houve ainda um grave defeito, um defeito gritante & constnate, que a vitória não pode encobrir: sofremos dois gols de bola aérea, mesmo com dois galalaus (pirulito & wells) na zaga.
lux só mexeria no time depois de sofrer o primeiro gol. quinze do segundo tempo. e aí mexeu por atacado daquele jeito que ele gosta. deivid por jael. maurício por negueba. maldonado por bottinelli.
vagabundo teria que correr atrás.
negueba e jael mostraram vontade e presença de espírito ao lutar pela bola numa jogada meio toska no ventre d´área fluminensista. bola que sobrou pra neves fazer um golzito chorado. canelinha de ouro. mas na real... nosso estimado darío bottinelli era o sujeito que estava marcado pra ser o "personagem da semana", como o definiria o tricolor nelson rodrigues.
bottis se mostrara alheio nas suas últimas participações. hoje foi outro jogador. inteiramente outro jogador. apresentando-se com sabedoria & astúcia naquela zona de armação do ataque rubro-negro que esteve desabitada até sua entrada. sem gaúcho, o fla estava perdidinho. vivia das investidas bissextas de leonardo moura pela direita. nem thiago neves e nem renato pelé tiveram a competência e o talento para fazer o papel de gaúcho na meiúca.
sei que o bottis também não é o gaúcho, não. mas ele entrou na cancha e o jogo virou. primeiro deu um chutaço de longe pra apurar os reflexos do arqueiro cavalieri. minutos mais tarde, confiante, o fluminense vencendo no marcador, o gringo teve a personalidade de tirar a bola das mãos de thiago neves na hora de bater a falta que mudaria a partida.
e, por fim, darío bottinelli encerraria sua mais louca aventura flamenga de uma maneira que, vou te dizer, nem nos mais selvagens sonhos...