quinta-feira, 23 de junho de 2011

o triste fim de vanderlei luxemburgo

não costumo fazer isto, mas acho que o tema da vez é pertinente.
sob risco de soar repetitivo,
reproduzo a coluna de hoje do jornal:

Te confesso que não entendia o que estava a acontecer no Flamengo. Até o último domingo. Quando o professor Vanderlei Luxemburgo, aos 41 minutos do segundo tempo, tirou Ronaldinho Gaúcho do clássico com o Botafogo.
Caso se arrastasse em campo por mais uns minutinhos, até o apito final, Gaúcho seria agraciado com as vaias que estalaram no Engenhão. Mas seriam vaias coletivas, para toda a equipe, para ambas as equipes. Tirando o Gaúcho um pouquito antes, Lux proporcionou ao camisa dez da Gávea seu quinhão particular de vaias.
Os bedéis da crônica desportiva depois se encarregariam de esclarecer que Ronaldinho Baladeiro espichara a noite de sábado até altas horas. Não creio que ficar de butuca em cima de jogador seja uma das atribuições da imprensa. Mas não duvido que o Gaúcho venha priorizando os treinos da madrugada. Agora...
Não vejo Gaúcho como o maior dos problemas do Flamengo. Há um problema bem mais grave. Um problema que custa 500 paus por mês e atende por Vanderlei.
O Flamengo de Luxemburgo já não convencia ninguém mesmo vencendo os jogos do estadual. Agora que só faz empatar pelo nacional, vai de mal a pior. E não se vislumbra reação. Depois de seis meses de trabalho, o Fla não tem padrão de jogo, está refém de uma zaga frágil, apresenta carências no banco e no time titular. E seu técnico parece mais empenhado em queimar o principal jogador do clube com sua própria torcida.
Cuidado, Luxemburgo, que és tu quem está a se queimar.
Desde que chegou a Gávea, na reta final do Brasileiro-2010, Luxemburgo vem rifando - um a um - seus jogadores. Gaúcho é apenas o caso mais recente. Antes dele, o técnico já excluíra Petkovic e criara toda uma situação para que ele antecipasse sua aposentadoria. Na mesma leva de excluídos, entrou o Correa. Não que ele seja craque de bola. Mas Correa estava assinado com o clube até a semana passada. E Correa ficou metade dos 12 meses de seu empréstimo longe da equipe, ainda que recebendo salários mensais. Quando Maldonado se lesionou, ficou evidente a falta de mais um volante. Tipo o Correa.
Talvez os torcedores de outros clubes não tenham ideia de como o Ronaldo Angelim é querido pela torcida do Flamengo. Dependesse de Luxemburgo, Angelim teria encerrado a carreira em dezembro. Só renovou depois de uma intervenção da presidente Patrícia Amorim. E hoje é apenas tolerado pelo treinador, que banca os despreparados Wellington e David na zaga, deixando Angelim a mofar. (Quando foi escalado, eventualmente, Angelim entrou como lateral esquerdo...)
Isso para não falar do Adriano. Luxemburgo sequer se deu ao trabalho de ter uma conversa franca com o ídolo folgazão antes de tomar posição. Fechou as portas sem nem lhe olhar na cara.
Olhar na cara não parece mesmo ser o forte de Luxemburgo. Caso contrário, não teria feito o que fez com o Gaúcho no domingo. No futebol, isso leva um nome: trairagem. E técnico traíra logo é derrubado pelos próprios jogadores. Luxemburgo bem deveria saber disso melhor do que eu, do que você.