domingo, 24 de abril de 2011

fluminense 1 x 1 mengão (a chronicle)

ronaldinho gaúcho ficou nos vestiários. leonardo moura foi quem subiu ao relvado do engenhones com a brazadeira de capitão do flamengo. e, em menos de dez minutos, moura já saía de maca do fla-flu. ele tinha bobeado diante do conca e perdido a bola, tentou passar uma banda no argentino mas levou a pior no trompaço. a brazadeira foi parar com o renato pelé. que tomou um cotovelaço de diguinho entre os peitos. um verdadeiro encontro de cavalheiros. depois um ficou jurando o outro. porque, àquela altura, aos vinte e poucos do primeiro tempo, o fla-flu já tinha virado uma espécie de p*rradobol no charco.
teve tudo no clássico. chuva all over it. o juiz bananão péricles bassols deixando o couro comer. logo no comecinho do jogo, o fernando goyas - sempre ele - errou um passe infantil na meiúca - que novidade - e permitiu um contraataque matador dos laranjinhas. foi quando o arqueiro felipe teve de sair da área feito um bonde sem freio, atropelando o he-man no semicírculo. era pra felipe ter sido expulso ali mesmo. mas bassols preferiu exibir um cartão amarelo ao loirinho de greyskull.
después faltou luz uma vez. faltou luz duas vezes. e ainda teve a paradinha técnica. bassols & seus comparsas tiveram todo o tempo do mundo para serem informados que o felipe tava fazendo hora-extra em campo. por coincidência ou não, numa pelota n'área flamenga, gum fez linha de passe para he-man meter o gol do fluzão guerreirão diante de nossa estática zaga bandeirosa. ele estava debaixo da saia. mas ficou por isso mesmo. e aí a chuva apertou e o pau cantou bonito.
futebol, a rigor, só aconteceu mesmo no segundo tempo deste eletrizante fla-flu pelas semifinais na taça rio-2011. ou seja, quando o time do flamengo já era bem outro em relação ao que saíra jogando. mas, só para tu ficares a par, o clube de regatas do flamengo alinhou esta tarde com felipe no gol; wellington e david na zaga, leonardo moura pela direita, rodrigo alvim pela esquerda; williams e fernando goyas na cabeça de área, thiago neves e renato pelé no meio; diego maurício e wanderley na frente.
o maurício entrando no lugar do gaúcho. o moura dando lugar a rafael galhardo. a te dizer que foi mesmo muita suerte termos o galhardo no banco. não é sempre que ele é relacionado. hoje garoto galhardo entrou numa fria, demorou um bocadinho para se encontrar e chegou a cometer a falta tolinha que rendeu o gol fluminensista. mas galhardo é flamengo desde meninote e quem é dos bons não nega a raça. galhardão jogou muita bola no segundo tempo, se matou em campo, subiu ao ataque ventando e ainda bateu seu penalty com estilo na hora em que foi chamado a comparecer.
galhardão foi herói. assim como o williams. como o felipe. como o bottinelli. e como o maurício.
mas heróis, esses heróis, só foram se consagrar na segunda etapa e na hora de bater os penalties. antes disso, ao longo de toda a tumultuada primeira etapa, o flamengo esteve à mercê da zorra tactica nossa velha conhecida - devidamente ampliada e intensificada pelas ausências de gaúcho y moura, pela presença de goyas no meio-campo, pelo gol de he-man, pelo nervosismo de pelé e pela b*nda-molice de bassols (não necessariamente nessa ordem)...
o professor luxerley, sendo ele quem é, meteu o mãozão durante o intervalo e já foi gastando as duas substituições que lhe restavam. wanderley, que não tinha sido visto na etapa inicial, cedeu lugar a deivid, que sintomaticamente não seria visto na etapa complementar. e dario bottinelli entrou no lugar de goyas - que sequer deveria ter sido escalado - deixando williams como nosso único volante oficial. mas williams, tu sabes, já vem com o plural no nome porque o caboclo não é um só. hoje williams foi três ou quatro.
o mengo teve uma periclitante reentrada na atmosfera futebolística, quando nosso meio-campo ficou cindido em dois e o flu tomava a bola pra si sem intenção alguma de devolvê-la. mas, aos poucos, os fluminensianos foram se cansando. o mengo foi entrando devagar nos eixos. devagarinho. bottis acertando um passe aqui. galhardo aparecendo para uma tabelinha mais adiante. williams deixando a pelota a deslizar no chão. renato seguindo o exemplo dele. e diego maurício, que tinha passado despercebido todo o tempo, começou a botar correria na canhota. só o rodrigo alvim destoava. alvim insistia em dar uns balões para a área. sem nem se dar ao trabalho de chegar à linha de fundo para isso. apenas chutava da intermediária. fez isso umas setenta e oito vezes.
williams, lá pelas tantas, se vendo sem muita jogada para fazer, resolveu ele também arriscar um balonete pra dentro da área do fluzão. era o thiago neves quem estava lá dentro. thiago neves, sério candidato à cremilda neste-fla-flu, estava numas de centroavante porque o deivid, bueno, sei lá do deivid... williams cruzou para ver o que se passava. e o neves testou bonito. créu!
então, amiguinhos, o que vimos foi o flamengo se erguer em campo por pura raça. a mística da camisa vermelha e preta. o flamengo, de repente, agigantou-se. tomou a bola para si e deu um calor no actual campeão brazileiro. e o time de guerreiros afinou bonito diante do flamengo. o time de guerreiros se rendeu à sua secular freguesia. o time de guerreiros revelou-se um time de menininhos da zona sul. um time de menininhos assustadiços. (tipo o tal marquinhos, que, no momento de decidir, isolou pra fuera um gol feito.)
chegada a hora dos penalties, o fluminense esteve duas vezes em vantagem - por duas vezes deixou a vantagem parar nas mãos do felipe. fora aquela bola que souza botou em órbita. do lado do mengo, exceto por neves, outro que não nega a origem, tudo rolou na mais fria coolice. mesmo quando pelé fez farofada, ninguém tremeu. estávamos a apenas um vaisco da gama do título estadual, já o sabíamos.
e diego maurício, nosso querido drogbinha, resolveu a parada com a maturidade dos meninos bons de bola.