quarta-feira, 27 de julho de 2011

santos 4 x 5 mengão (a chronicle)

primeiro parecia que estava tudo perdido. everything is broken, te diria o roberto. o garoto neymar a nos confirmar os nossos sonhos mais intranquilos. éramos uns pobres coitados.
quando o ronaldinho gaúcho fez seu gol, pra tu veres, ele nem pôde comemorar. gaúcho apenas recolheu a pelota dentro das redes e saiu com ela de volta ao grande círculo. o thiago neves repetiria o gesto momentos mais tarde.
o gol de deivid, o gol de empate, também não me trouxe felicidade. trouxe alívio. e o primeiro tempo já tinha acabado.
quando o neymar, o filhadap*ta do neymar, fez o quarto gol - pra mim ficou claro - jamais ganharíamos aquele jogo - jamais - por mais que corrêssemos atrás e empatássemos no momento mais improvável - viria um neymar para meter o quinto, o sexto, o sétimo, quantos gols fossem necessários.
ainda bem que o gaúcho não pensou como eu. que ninguém no time do flamengo esta noite, na vila belmiro, pensou como eu.
e agora me parece até que ganhamos o campeonato. parece que nunca mais na vida perderemos um jogo de futebol, nunca mais, se não perdemos o jogo desta noite. não perderemos mais.
e é por isso que eu gosto de futebol, que eu gosto do flamengo, que eu tenho este blog para escrever sobre nossos medos & delírios tão conhecidos. e ali adiante eles novamente nos puxam o pé, nossos medos & delírios. nos surpreendendo mais uma vez quando pensamos que já vimos tudo.
nada que vimos do futebol até hoje poderia ter nos preparado remotamente para o clássico da vila belmiro. uma partida perdida numa noite desimportante de quarta-feira, num friorento mês de julho, no meio da temporada, uma décima-segunda rodada qualquer deste brazileiro-2011 de centenas de rodadas, de milhares de jogos.
eu poderia te dizer aqui que o clube de regatas do flamengo formou com felipe no gol; wellington e ronaldo angelim na zaga, leonardo moura pela direita, junior cesar pela esquerda; williams e luiz antonio na cabeça de área, renato pelé e thiago neves no meio; ronaldinho gaúcho e deivid no ataque.
poderia te dizer que o mengo em momento algum armou retranka na vila. sempre foi o flamengo. e isso já tinha lhe custado um gol em quatro minutos, dois gols em quinze, três gols em vinte e poucos minutos. mas se antes não estávamos recolhidos em retranka, não nos recolheríamos nem depois do terceiro gol por que - afinal - àquela altura, meu chapa... sabe como é... já era.
e não importa o placar. resta sempre jogar com dignidade.
porque este era o jogo das camisas. da dignidade. um jogo do tamanho dos dois clubes.
não era o jogo do professor luxerley, nem era o jogo do professor muricy. era o jogo daqueles homens em campo. era deles o jogo.
eu ainda poderia te dizer que o david entrou no intervalo para que o wellington não fosse expulso assim que o neymar chegasse pra cima dele no segundo tempo. que ninguém parecia ser capaz de segurar menino neymar esta noite, muito menos wellington. poderia te dizer que o darío bottinelli entrou no lugar do luiz antonio, meio que num improviso, porque luiz antonio - sim - conseguiu roubar uma pelota do neymar no começo do segundo tempo e depois trombou com ele e caiu de mau jeito e arrebentou o ombro e vai ficar longe do time por três longas e injustas semanas.
luiz antonio mais uma vez era o melhor do flamengo. quer dizer, o melhor à parte o gaúcho. que o gauchinho esta noite parecia provocado por neymar, parecia ter sido levado por neymar a responder - na bola - quem é que manda - quem é que ainda manda nesta bagaça. queria que ele jogasse sempre assim.
queria que o flamengo pudesse jogar sempre assim. te juro que nem reclamaria de levar quatro gols. eu faria que nem o felipe. que levou quatro gols e saiu do campo sorrindo.