sábado, 30 de julho de 2011

mengão 2 x 0 grêmio portoalegrense (a chronicle)

porque nem todas as vitórias são epikas. com nove gols, neymar & viradinha no placar. minhas coronárias agradecem que seja assim.
num certame de trinta e oito infindáveis rodadas e pontos corridos, um time de futebol acaba por ter que vencer de todas as formas: arregaçando, enganando, dando show, levando nas coxas, mijando no último minuto, ou até mesmo com o apito amigo.
o flamengo ganhou esta noite de buenas. não empolgou, mas jogou o suficiente para bater com folga o fraco grêmio portoalegrense em compromisso pela décima-terceira rodada do brazileiro-2011.
o mengo, jogando no engenhão, em momento algum se viu a perigo. tu bem podes dizer que este foi um anti-clímax depois da insana jornada da vila belmiro, porque é claro que foi. mas nem podia ser muito diferente disso, jogando a cada três dias, com dois terços de certame ainda pela frente, não é mesmo?
o clube de regatas do flamengo formou com felipe ao gol; wellington e ronaldo angelim na zaga, leonardo moura pela direita, junior cesar pela esquerda; aírton e williams na cabeça de área; renato pelé e thiago neves pelo meio; ronaldinho gaúcho e deivid na frente.
o grêmio até pode ser "imortal", como eles gostam de falar, mas bem poderia se cuidar para não ser um time assim tão parvo. com gilberto silva e fabio rochembach e mais uns p*rradeiros quaisquer, a gauchada não vai muito longe, não.
quando deixaram o ronaldinho gaúcho libre pela primeira vez, quando deram ao sujeito umas duas ou três braçadas de distância, nosso camisa dez pôde olhar para dentro da área, ajeitar o corpo e meter um lindo cruzamento de direita. exactinho na cabeza do thiago neves, que agora deu pra fazer gols assim.
o relógio do engenhones já contava uns vinte e sete minutos da primeira etapa. até aquele momento, o grêmio se espalhava pela planície, dobrava a marcação e se recusava a nos entregar a bola, nos entregar uns palmos a mais de terreno. e o mengo, mesmo com toda a torcida a dar um esquenta no vazião, mesmo vindo daquela feérica apresentação, soube entender o momento da peleja. o mengo não forçou suas jogadas, não teve afobação. parecia compreender que o desenrolar natural da partida traria a bola até nossos pés, tão mais habilidosos e entrosados que as kanelas adversárias. e não deu outra.
às vezes toda essa segurança, essa autossuficiência nos atrapalha. joga contra. principalmente quando fazemos 1 x 0 e relaxamos até pregar num soninho. tinha sido assim contra o ceará há uma semana. por um momento pensei que pudesse ser assim, novamente, esta noite. mas não foi. e isso, ao meu entender, se deve por um motivo curioso...
wellington e aírton e renato pelé - exercendo com afinco todas as possibilidades de erro de passe nas saídas de bola - desde os minutos iniciais - armaram diversos ataques e contraataques para os visitantes. de modo que eles deixaram o time ligado o tempo todo, vagabundo correndo o tempo inteiro. não sofremos grandes riskos, mas também não pudemos relaxar. sem exagero: foram mais de noventa minutos de patrulhamento constante no nosso próprio campo. wellington e angelim conseguindo se atrapalhar mesmo diante de um rematado banana como o andré dias.
e foi aí que a mediokridade gremista entrou como factor decisivo. a mediokridade foi um limitante para eles. por mais que tentassem, não dava para criar p*rra nenhuma com rochembach armando as jogadas. o douglas estava suspenso. e a mediokridade alheia foi também um potencializante para o mengão. que mantinha seu trio ofensivo (gaúcho, neves & deivid) como uma faca no pescozo dos gaudérios. pronta pra fazer sangrar ao primeiro vacilo.
e victor foi o vacilão. justamente o melhor jogador deles. o arqueiro victor, lá pelo final do jogo, cometeu o desvario de querer driblar o ronaldinho gaúcho - ora, logo quem! - em plena grande área. é de se perguntar o que se passava por sua cabeza.