sábado, 23 de julho de 2011

mengão 1 x 1 ceará (a chronicle)

dois tempos de quarenta e cinco minutos. dois flamengos distintos.
na primeira etapa, o fla que toma a bola pra si e manda no jogo.
na segunda etapa, o fla que se acomoda e recua até se complicar.
o curioso é que o ceará já nos custara a copa do brazil deste ano. mas derrotas são feitas para serem esquecidas, não é mesmo? não para servirem de lição.
agora num campeonato por pontos corridos, eis uma bela maneira de ficar pelo caminho. se alguém ainda acha que empatar leva a algum lugar, sugiro apenas que dê uma espiada nos jogos, qualquer jogo, do corinthians paulista.
taí uma turma que aprendeu que empate é para os bestas.
e o empatezinho desta noite será de pouca serventia para os bestas flamengos. muito pouca serventia. talvez valha para thiago neves & ronaldinho gaúcho passarem a respeitar os adversários. talvez valha para o professor luxerley aprender que não se troca um atacante por um meia, não se troca um meia por (mais) um volante, quando o time está a levar sufoko. que hoje ele foi covarde.
e assim estreamos neste novo horário criado pelas organizações globo: empatamos com o ceará na noite de sábado em macaé. partida válida pela décima-primeira rodada do brazileiro-2011...
o clube de regatas do flamengo formou com felipe para o gol, wellington e ronaldo angelim na zaga, leonardo moura pela direita, junior cesar pela esquerda; williams e luiz antonio na cabeça de área, renato pelé e darío bottinelli no meio; diego maurício e deivid ao ataque.
luxerley, dentro das circunstâncias, deixou o mengo o mais caretinha possível. com os reservas imediatos para cada posição: maurício no lugar de ronaldinho gaúcho, bottis como thiago neves, luiz antonio como aírton.
o flamengo assim entrou ligadaço. marcando na risca de meio-campo, encurralou o ceará. moral, espiritual e fisikamente. muito por causa do estádio moacyrzão. o mais perto que podemos chegar duma panela de pressão. o campo é curto e estreito, dá pra sufokar gostoso.
(e dá pra vaiar bonito o time quando ele merece, dá pra ficar xingando no ouvido do lux.)
mesmo assim, os visitantes é que quase saíram da frente, depois de infame cobrança de tiro de meta do felipe. mas seria injustus demais. e a bola acabou no nosso travessão. e o nosso gol choradão saiu pouco depois. de um cruzamento do junior cesar para a segunda trave, diante da qual renato pelé esperava a pelota e a recebeu num batepronto. grande pelé.
e por que um match futebol não dura apenas quarenta e cinco minutos?
o futebol do fla hoje durou quarenta e cinco minutos. o que se viu na etapa complementar foi uma equipe preguiçosa, acomodada, crente que dominava. voltamos a campo, sem modificações, ainda com a primazia das jogadas. mas já éramos uma pálida imitação do time da primeira etapa. o ritmo caiu. bottinelli, que vinha apagado, apagadinho seguiu, do mesmíssimo jeito. que decepción, el bottis.
o fla perdia terreno. o ceará ia se engraçando e o lux então começou a fazer tudo errado: tirando o maurício e metendo vander em campo. ele ao mesmo tempo secava os contraataques e as investidas em velocidade, que só o drogbinha era capaz disso, e deixava o time ainda mais lento e dispersivo, pois o lento e dispersivo bottis ganhava a companhia de um guri sem ritmo de jogo, que havia meses não entrava em campo num partida a valer.
lux se deixou enganar pela facilidade com que o fla jogou a primeira etapa. achou que era jogo treino. e nesse então o ceará já começava a encurralar o fla. o cenário da partida já estava virado. e o que fez o professor batuta? faltando dez minutos, tirou o bottis - e meteu o joão victor, o terceiro volante naquele time. deixando apenas deivid e vander na frente. ora, meu chapa, quem tinha deivid e vander na frente, não tinha ninguém. e não tinha nem perspectiva de ataque. ou válvula de escape.
o castigo foi imediato & fulminante. o gol do ceará veio da maneira mais contundente: o wellington (quem mais?) tentou sair jogando no meio de campo, tentou armar uma jogada, até porque não tínhamos mais armadores. mas sendo o wellington...
e luxerley então passou um belo recibo da c*gada que ele aprontara. dois singelos minutinhos depois de trocar bottis por joao victor - e levar o empate - ele fez simplesmente o oposto, tirando o luiz antonio, o melhor em campo, e metendo o atacante thomás, de dezessete anos de idade. trinta e sete do segundo tempo.
- vai lá, thomás, e vira esta p*rra! - deve ter dito o professor ao garoto.