quarta-feira, 6 de julho de 2011

mengão 1 x 0 são paulo (a chronicle)

há duas maneiras de tu olhares para este placar...
uma delas é dizer que professor luxerley foi batata. que ele meteu garoto negueba e darío bottinelli lá pelas tantas e, um pouquito depois, o gol saiu justamente numa baita jogada do primeiro, arrematada vigorosamente pelo segundo.
a outra é dizer que professor luxerley é mesmo um abobrão. que ele demorou até quase vinte minutos do segundo tempo para acatar o óbvio e meter negueba para dançar pela avenida juan maldonado até cruzar para o bottinelli fazer o que todo mundo já sabe que ele faz: bater chapado.
escolha a sua maneira de ler esta vitória.
o facto é que temos mais três pontinhos no balaio. e que, dificilmente, voltaremos a encontrar um são paulo tão galinha morta quanto o desta noite. que bom termos conseguido aproveitar o momento bem ruim que nosso adversário atravessa.
o clube de regatas do flamengo foi ao engenhão, oitava rodada do brazileiro-2011, com felipe no gol; wellington e ronaldo angelim na zaga, leonardo moura na direita, junior cesar na esquerda; aírton e williams na cabeça de área, renato pelé e thiago neves no meio; ronaldinho gaúcho e deivid na frente.
aírton fazendo sua reentrada em nossos corações rubro-negros.
e fico aqui especialmente feliz em te dizer que o rapaz voltou ao fla exactinho como tinha ido: jogando sério, marcando em cima, chegando com vigor mas sem deslealdade. aírton entrou bem demais aí ao lado de nosso incansável williams e, coincidência ou não, o flamengo já apresentou hoje um poder de marcação raro de se ver nesta temporada.
nosso time marcou forte no campo adversário, embaçando a saída de bola, matando as jogadas do são paulo em seu nascedouro. e imprensando o time visitante contra a linha de fundo por largos momentos. pois o são paulo, por sua vez, parecia drenado de qualquer impulso de vida. um time partido ao meio pela ausência dos garotos lucas e casemiro. em que pese a pouca idade, a pouca experiência, eles possivelmente são os dois melhores tricoletas.
nào teve jeito. o encontro entre um são paulo sem personalidade e este mengo eletrificado deu no que tinha de dar mesmo...
o flamengo tomou posse da pelota, passados alguns minutinhos de jogo, e não a devolveu até que, um longo tempo depois, tivesse enfim deixado estampado no placar a flagrante diferença entre as duas agremiações. a rigor o são paulo ofereceu pouco - ou nenhum - risco à nossa defesa. um ataque frágil. um meio-campo apático. e uma defesa que chutava para o mato.
o flamengo só demorou até os vinte e poucos do segundo tempo para abrir o marcador porque, mais uma vez, o time não teve o punch, a pegada, o sentimento do gol. gaúcho estava muito bem, obrigado. alucinando em cima do pobre xandão. mas sempre dando um driblinho a mais, uma firula a mais no momento do arremate.
mais vale ser simples nesses momentos. como o darío bottinelli foi simples e justus. bottis entrou em campo e deu um chute a gol. só um chute a gol. e foi o único chute que entrou. seco, rasteiro, preciso, forte, inapelável. bottis esbanja personalidade e, daquele seu jeito caladão, mais uma vez foi decisivo ao entrar no decorrer da peleja. (como tinha sido na rodada passada, contra o américa de minas.)
o gol de bottis saindo, ora bolas, naquela jogada que já cantávamos por estas bandas ainda horas antes do cotejo. o menino negueba entrou na canhota sem pedir licenza. partindo para cima de um juan maldonado já cansado e já amarelado. moura se empolgou por lá e lançou negueba. carlinhos parahyba ainda escoltou neguebinha até a linha de fundo mas, lá chegando, ele deve ter percebido que daquela vez o são paulo não escaparia.
outras tantas vezes, ao longo dos sessenta minutos anteriores, a bola esteve a pererequear marota pela área são-paulina. demorou um bocadinho, mas a bola - enfim - encontrou quem a pegasse de jeito. quem tratasse de deixá-la em seu lugar de direito, de merecimento.