sábado, 12 de março de 2011

o inkrivel fla-flu de 2010 & a queda de um império

o clube de regatas do flamengo e o fluminense football club cruzaram suas forças por três vezes ao longo da temporada passada.
os dois últimos confrontos valeram pro fluzão guerreirão quatro bem preciosos pontinhos para aquela que foi sua maior conquista desde o tapetão da terceirona-1999.
mas a rapaziada sabe que o jogo definitivo de 2010, o jogo que pra sempre será lembrado como o fla-flu de 2010 foi aquele válido pela taça goanabara.
quando ainda se jogava bola no marakas, em 31 de janeiro de 2010, quinta rodada da goanabara, o então império do amor (formado por adriano imperatore + vagner love) demonstrou, diante de uma nação incrédula, toda mística do manto rubro-negro.
o jogo começou com o fluminense abrindo tranquilos 2 x 0. o mengo só punha o pé pra fora em contraataque. mas ganhou um penalty numa camaradagem de diguinho. adriano bateu e fez o primeiro de seus três gols daquela noite de domingo. o fluminense ainda fez mais um e descemos pro vestiário com um placar (3 x 1) que só nos dava duas opcões: ou o mais absoluto tansfigurar da equipe para uma reacção ou a pakata submissão ao baile que nos tentavam aplicar.
o que se viu nos quarenta e cinco minutos restantes é digno das mais nobres páginas de nossa história flamenga. vinicius pacheco entrou no lugar de dejan petkovic, talvez o maior dos grandes heróis do hexa, e o mengo ganhou prumo, ganhou norte, ganhou velocidade, ganhou vida. veja você que até o kleberson entrou nessa. love jogou pra caramba, fez o gol dele e foi o fiel sancho pança para seu dom quixote rubro-negro: o adriano, que fez mais dois gols para fechar um inesquecível hat trick. no último gol dos 5 x 3, adriano partindo sozinho desde o grande círculo.
o mês de janeiro ainda nem tinha acabado. e o clube de regatas do flamengo conseguiria encontrar, naquela noite de glória no maior estádio do mundo, a primeira de suas crisis. a crisis que anunciaria e anteciparia o ano do cachorro louco que se seguiria. pets ficou inconformado com sua saída do time, ainda no intervalo, teria metido o dedo na cara do técnico andrade e trocado ofensas com o diretor marcos braz. pegou o carro e foi embora, sem esperar o antidoping, sem ver a pequena revolução que partiria de pacheco dentro de campo.
essa rusga do pets com braz terminaria com o kartola no olho da rua. não sem que, antes, ele admitisse publicamente os privilégios da dupla adriano & love nas internas do clube. love, coitado, que jogou muita bola e honrou nossa camisa nos quatro meses em que esteve na gávea, e nunca faltou aos treinos, também acabaria engolfado pela decaída imediata do imperador adriano.
consciente de que estava fuera de afrika-2010, adriano abandonou o clube, abandonou os colegas, abandonou a libertas e nunca mais se encontrou. entrou num processo de ovo-ou-galinha, sem nunca conseguirmos apontar, aqui de fora, para o que é a causa e o que é a consequência de seu abandono, de seu desmoronar.
e agora, menos de um ano após ele dar as costas ao flamengo, é chegada a vez de o flamengo dar as costas a ele, sua cria.
veja que esta photo, um dos raros flagrantes de real felicidade & intimidade dessa dupla, foi tirada justamente após o fim do fla-flu de 31 de janeiro de 2010. pode-se dizer que esse fla-flu foi o solitário grande momento do malfadado e hoje ridicularizado império do amor. e a última grande atuação do adriano diante de sua torcida.
o resto, amigo rubro-negro, tu já sabes de cor.
o grande andrade seria a grande vítima dessa onda de descomando iniciada por petkovic naquele dia, naquele vestiário, e propagada por braz & adriano. andrade, um dos maiores ídolos de nossa centenária história, seria imolado em praça pública. como, meses mais tarde, seria imolado em praça pública o eterno arthur antunes coimbra. dois episódios que mostram bem a natureza de patricia amorim, hoje tratada como rainha na corte de ronaldinho gaúcho.
curioso notar como nosso grande fracasso teve origem em uma grande vitória. dá o que pensar.