professor luxerley está correcto ao querer meter neves-gaúcho-pelé no mesmo time. afinal, que culpa ele tem se nossos kartolas, depois de uma temporada 2010 com centroavantes bem bacanas mas sem armadores, agora resolveram empenhar todos os cobres em meias?
e ainda tem o darío bottinelli, por enquanto, no banco.
mas o futebol fuleirinho que o time vem batendo dentro e fora da goanabara-2011 mostra que empilhar esse bando de popstars talvez não seja a melhor ideia. até porque o deivid já mostrou repetidas vezes que, assim, não é o homem de área que precisamos.
o jogo de ontem, contra o botafogo, deixou evidente o momento que o flamengo atravessa. renato já foi pro pau: limitou-se a uma ala esquerda imaginária, como se fosse um dublê ofensivo de angelim, que por sua vez mal ultrapassava a linha de meio-de-campo sem carregar um sentimento de culpa aniquilador. bueno. não funzionou. angelim não soube apoiar quando apoiou e renato outrora pelé foi tímido demais no trio formado por ele (esquerda), gaúcho (meio) e neves (direita).
quem vê apenas "os melhores momentos" pode até achar que neves e gaúcho foram bem, pois eles sabem tratar com fineza a pelota e os lances editados pelas tevês sempre carregam pelo menos um deles. mas a logika é justamente oposta: só tivemos melhores momentos quando neves e gaúcho foram úteis, e eles passaram a mais larga parte do tempo perdidos na marcação.
o flamengo só jogou realmente próximo ao futebol que pode apresentar, o futebol que esperamos poder ver quando tantos talentos se reúnem, quando luxerley mandou menino negueba para tocar o terror ali na direita. então, sem deivid, gaúcho foi ser "centroavante". foi o que bastou para o mengo crescer, retomar o comando das acções e botar o foguinho em seu lugar. negueba a humilhar o uruguayo arevalo rios e quem mais se metesse entre ele e o gol.
ficamos todos bem empolgados com negueba. e faltando dez minutos para o apito final, lux soltou a franga: tirou angelim de sua aflição (e de campo), finalmente encontrou uma posição clara pro pelé (lateral esquerda) e meteu garoto diego maurício na ponta-esquerda.
de repente, aquele flamengo que esteve amarrado num 4-2-3-1 por toda a primeira etapa, sem pegada ofensiva, se lançava furiosamente num bom & velho 4-3-3... maurício na esquerda, gaúcho pelo meio, negueba na direita.
então se revelou para mim a verdade do futebol, toda a verdade do futebol. se revelou para mim a essência da verdadeira magia rubro-negra, a magia possível neste 2011 e não apenas a magia louca de nossos delírios. revelou-se um novo flamengo para todos nós...
um time sem centroavante fixo, um time de puro bailar.
como seria isso por extenso?
felipe; moura, david, angelim e alguém; maldonado, williams e neves; negueba, gaúcho e maurício.
na vida real, no gramado do engenhones, foi bonito esse encontro de gerações. mas durou apenas dois ou três ataques naquele amarrado final de jogo. e num deles, num contraataque, negueba só não passou a régua porque jefferson se esticou todo no mano a mano.
será que foi apenas um fugaz sonho de verão - maurício, gaúcho, negueba - ou será que pode virar realidade?
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
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