quarta-feira, 8 de setembro de 2010

são paulo 2 x 0 mengão (a chronicle)

quer dizer... camarada gasta uma nota pra trazer deivid & diogo, e o flamengo termina o jogo com diego maurício e vinicius pacheco mesmo. deivid, fora de forma, mais uma vez foi figura apagada. diogo, fora do tom, conseguiu ser expulso ainda no primeiro tempo do cotejo desta noite.
o clube de regatas do flamengo se apresentou no morumbas diante do são paulo para a abertura do returno, vigésima rodada do brazileiro-2010. o rubro-negro não costuma levar muita sorte praqueles lados. verdade. mas não precisava também se mostrar tão apático.
o flamengo formou com marcelo lomba às traves, jean e ronaldo angelim na zaga, leonardo moura na direita, juan maldonado na esquerda, toró na cabeça-de-área, correa e williams no meio, renato na armação, diogo e deivid no ataque.
essa formação inicial, vale dizer, não durou nem vinte minutos. porque logo o são paulo foi abrindo o placar em jogadinha de marcelinho pra marlon, deixando lomba de lombo no chão. silas estava tão convicto do time que armara que, logo depois disso, mandou pacheco pro aquecimento - e correa deu lugar a ele. o que se via até aquele momento era um são paulo brigador fazendo o papel de dono da casa. nada muito além disso. nenhuma blitzkrieg. mas era flagrante o desmantelar do meio-campo visitante, tão flagrante que silas resolveu meter a mão. bueno. agora é fácil de dizer isto: meteu a mão erradamente, tirando correa que - infelizmente - era/é o mais versátil desses caboclos do nosso meio. legítimo que silas quisesse um segundo meia, alguém com mais pernas que renato (e que pets), que apoiasse o ataque e deixasse os são-paulinos mais preocupados. e esse alguém, no atual elenco de reservas, só podia mesmo ser pacheco. agora... não só pacheco foi mais uma figura perdida em campo como o mengo deu ao rival o espaço que ele precisava para fechar o 2 x 0 ainda na etapa inicial.
a grande novidade dessa derrota previsível foi que os gols tricolores, ao contrário do que costuma ocorrer, saíram pela direita - em cima de moura, williams, jean - e não pela avenida juan maldonado. jorge wagner e garoto marcelinho aprontaram o quanto quiseram por ali. e a entrada de pacheco, em vez de ocupar wagner e richarlysson, não fez diferença alguma. mas a saída de correa - sim - abriu um clarão lá atrás.
(no segundo tempo, mais lançado ao ataque, pacheco entrou em impedimentp quatro, cinco vezes. vai mal. quando joga de meia, erra todos os passes. quando joga de atacante, nunca aparece em condição.)
o destempero de diogo também não ajudou em nada.
e essa foi uma faceta inesperada de nosso novo atacante. depois de acertar três bordoadas a esmo em adversários variados, na quarta cacetada, diogo levou um amarelo bem merecido. pois no lance seguinte - literalmente no lance seguinte - não é que diogo resolve se jogar dentro da área? tinha que aprender a fazer isso com jorge henrique, wagner diniz, neymar ou outros mestres da cavação de penalties. do jeito que fez, diogo não deu ao juizão nenhuma razão para não expulsá-lo de campo com um segundo amarelo. amateur.
se diogo mostrou-se um problema novo, outro problema, mais antigo, manjadíssimo, e paralisante, se chama juan maldonado. incrível como ninguém parece ser capaz de ajudá-lo. ontem renato e até deivid caíram para a canhota procurando o dois-um. mas nadja. depois pacheco. nadja ainda. juan maldonado é um problema enorme. abre o olho, silas.
renato pelé também é um senhor problema. mas hoje ele não estava sozinho nessa. o time inteiro (ou quase isso) parece ter pregado após a expulsão de diogo. a rapaziada andando em campo. ou parada no lugar. deivid e renato nem fingiam voltar para dar algum combate, ocupar espaços. o sujeito que ficava com a bola nos pés simplesmente não tinha para quem tocá-la. ninguém aparecia, ninguém pedia pelota. apatia. desânimo. quando fernandão marcou o segundo gol, num cruzamento de jorge wagner, final do primeiro tempo, o que se via em campo era um flamengo entregue.
e quinze minutos de intervalo foram pouco. o time voltou para o segundo tempo do mesmo jeito. exaurido. o toque de bola foi um pouco mais ligeiro - ou teria sido o são paulo a recuar? - mas a ocupação de campo e o passar do tempo com a bola em nossos pés eram improdutivos.
este time simplesmente não dá conta de jogar duas vezes por semana em ritmo profissional. não tem gás. evidente que não tem. e parece nem ter fibra também.
só lamento pelo williams. que esse corre por três, por quatro.
williams, esta noite, no morumbas, esteve em todos os cantos do gramado. inclusive foi dele a nossa melhor chance de gol: um tirambaço de esquerda, de bate pronto, estalando sobre o travessão de ceni. depois, na etapa final, moura bateu uma falta no travessão e jean, de cabeza, quase fez um golzinho de honra. teria sido mesmo pura formalidade. àquela altura, o placar já estava firmado. e nossa derrota, consumada.