domingo, 19 de setembro de 2010

mengão 3 x 3 fluminense (a chronicle)

bueno... se um time está em primeiro lugar na tábua de classificação, e o seu adversário derrapa pertinho da zona de rebaixamento, é assaz natural - é mesmo instintivo - que quem está por baixo fique feliz com um empate. são as migalhas que lhe caem da mesa.
mas, por obséquio, eu me recuso a fazer que nem nosso treinador silas, o evangelizador, e sair dizendo que o empate ficou de boa. o empate é um bom resultado e tal. te digo aqui pois estamos entre adultos: empate é o escambau. e se silas saiu achando que o empate tá de boa, se disse isso à imprensa com sinceridade n´alma, se é essa a doutrina que passa e passará a seus comandados... bem...
o empate, e o jogo inteiro deste domingo, no engenhones, teria sido bem bacana se estivéssemos na terceira rodada do brazileiro-2010. estamos na vigésima-terceira. o fluminense sabe disso e, nesta baixa que hora enfrenta, tem lhe feito bastante falta caboclos voluntariosos como sheik emerson e o peia do diguinho. já o flamengo, este é o ponto em que chegamos, tem ainda que comer bola. se silas achou realmente bacana o pontinho do empate, numa partida em que por duas vezes vencíamos, eu o convido a olhar mais uma vez pra classificação. caímos uma posição.
o clube de regatas do flamengo entrou em campo - para empatar? - no primeiro fla-flu da história do engenhones com marcelo lomba às traves, leonardo moura pela direita, rodrigo alvim pela esquerda; david e ronaldo angelim na zaga, toró na cabeça-de-área, williams e kleberson no meio, renato na frente, diogo e deivid na frente.
ou seja, fora a eventual ausência de juan, fora a entrada dos atacantes no time titular, fora a troca de petkovic por renato, voltamos para onde começamos, voltamos para o time, a estrutura tactica de rogério lourenço.
daí vem aquela história do copo meio vazio/meio cheio. da estaca zero melhoramos um pouquito por conta do ataque, que se afinou pela primeira vez no certame. da estaca zero regredimos um pouquito por conta da defesa, que levou três gols pela primeira vez no certame. meio vazio/meio cheio. fique à vontade, meu brother, para assumir o ponto de vista que preferir. pois ambos são verdadeiros.
vamos às boas, então, pra começar. bom saber que nossa velocidade de reacção está mais ligeira. tomamos um gol bobo, mas logo depois estávamos em cima do fluzinho. esse gol de saída, tipo nove minutos, acordou o flamengo do torpor de estar diante do "líder da competição" para a realidade de que num fla-flu isso pouco diz. foi bacana ver o time reagir e virar ainda na primeira etapa. renato pelé procurando jogo com deivid, kleberson com diogo. o gol de empate, a valer, foi uma jogada de puro rubro-negrismo. kleberson foi tirar do gum uma pelota que era toda dele. até o gum desacreditou ao ver kleberson nessa vibe. e não ofereceu resistência. e de kleberson para deivid, que fez um gol de quem conhece o ofício. por que não faz isso sempre, craque klebs, por que não? deixaria d*nga todo orgulhoso.
e a viradinha não poderia ser mais flamenga. a te dizer: pelé errou o escanteio. bateu pifado, nem rasteiro, nem a meia altura, pifado mesmo, tanto que a defesa tricoletes nem entendeu, e david pôde cumprimentar num carrinho. david & deivid. mas para não pensarem que estou a tirar méritos do moço renato: o terceiro gol, no segundo tempo, mais uma vez no tempo cierto, mais uma vez num bom timing de reacção após o empate do fluzito, foi o tipo de golazo que fez renato certa feita se dizer pelé de brincadeirinha. pura explosão. (nascido ainda da sagacidade de moura, vê se aprende diogo, a cavar falta com malícia.)
agora... se a zaga do flu dormiu nos dois primeiros tentos do fla, nós por aqui cochilamos a dar gosto durante o jogo inteiro, não? qualquer bola aérea na área flamenga era puro terror. isso que é regressão. parece que as entradas de david e alvim bastaram para que a gente desaprendesse todo o sentido de cobertura. angelim vendido seguido. como williams esteve entregue à cola de conca, os danos foram reduzidos na primeira etapa. quando o time pregou, no segundo tempo, e mais uma vez pregamos a começar por deivid e diogo lá na frente, o fluminense teve espazo para fazer o que bem entendesse. se dominamos o primeiro tempo, estivemos entregues por boa parte do segundo.
eis um problema - a falta de gás - que vem nos custando caro demais. nos custando mais dois pontos nesta rodada. porque enquanto teve pernas, o flamengo mostrou poder jogar no ritmo do fluminense, que vem sendo um ritmo muito mais acelerado do que o nosso costumeiro compasso.
por um breve momento, conseguíamos bater o flu jogando o jogo deles. se isso for um alento...