quarta-feira, 22 de setembro de 2010

reencontrando renato gaúcho

o chato de se tornar um senhor mais crescido é que tu facilmente perdes aquele sentimentozinho que te fazia acalentar ídolos e tal.
gosto muito, hoje em dia, de ganso e neymar. curti o petkovic e o imperatore no flamengo-2009. nutri profunda simpatia por vagner love no último verão. ainda me pego torcendo por moleques atrevidos de origem variada como o alemão thomas müller, o argentino lionel messi, o vaiscaíno felipe coutinho e mesmo o nosso jorbison.
mas ter um jogador de futebol como ídolo vai longe.
talvez meu último ídolo de infante tenha sido o renato gaúcho, campeão brazileiro de 1987, mesmo sem ter passado em nenhum momento pelo esporte recife.
aquele flamengo-1987 foi um momento de tão intensa magia, e na época eu simplesmente nem o percebia, que reunia duas gerações historikas do mengo (zico e andrade, leonardo e bebeto) e ainda tinha entre ambas, a equilibrar experiência & juvenília, o desconcertante renato gaúcho.
hoje em dia, um caboclo como renato é impensado, impensável.
ele era ponta. daqueles que jogavam encostados à linha lateral. se ele não voltava para marcar, e não voltava mesmo, bem que mantinha pelo menos dois dos defensores adversários sempre em pânico.
driblador, irreverente, baladeiro, pegador de mulher.
sempre perdoei renato gaúcho por tudo que veio depois. perdoei ter ido ao botafogo. perdoei as passagens mais apagadas pela gávea. perdoei até o gol de barriga. sempre em nome do garoto de 11 anos que eu fui. que inventava ser renato ao chutar a bola chulezinho contra a cortina do quarto - eu praticava futebol indoor.
renato gaúcho hoje é treinador de futebol. o mengo está no rio grande agora para enfrentá-lo à frente do grêmio portoalegrense. e eu perdoo renato até de ser gremista antes de ser rubro-negro, o filhadap*ta.