terça-feira, 25 de janeiro de 2011

a juventude rubro-negra

banho tomado, cabelo penteado, cuecas novas.
me instalei diante da tevê para ver o vetê de bahia x flamengo. estava curioso para saber como tinha sido o jogo. quando tu estás no estádio, camarada, são mil cousas acontecendo ao mesmo tempo.
vendo agora, neste momento, a atuacção do flamengo, fica ainda mais nítida a impressão de profundo & transversal nervosismo que já me passara no pakaembas. estranho constatar como negueba e rafinha não acertaram uma única jogada entre eles dois durante o jogo inteiro. fica bem difícil quando dois dos melhores de um time estão nessa periclitância.
a gente tenta apenas imaginar como aquilo tudo passava na cabeza dos camaradas. tipo o lucas, nosso centroavante, que deixou o campo chorando aos soluços depois de ter recebido um pontapé desqualificante. partidas como esta, da copinha, podem significar uma besteirinha de nada pra nós, apenas uma desculpa para se ver fuetbol na tevê às onze da manhã. mas tente, apenas tente, imaginar o que se passa na cabeza de cada um dos moleques. num estádio cheio, em terra estrangeira, um estádio lotado de gente torcendo pra ti...
lá pelas tantas, início da segunda etapa, placar empatado, o jogo doirando no mormaço de uma esturricante manhã de janeiro, a galera chegou a fazer um corinho de "queremos raça, queremos raça" que (felizmente) durou menos de um minuto - logo se aperceberam do quanto é tolo pedir "raça" para adolescentes de dezesseis, dezessete, dezoito anos.
tive a oportunidade de ver, pela tevê e tal, todos os oito jogos do flamengo na copa são paulo de juniores-2011. jogamos bem várias vezes, jogamos mal algumas poucas. saímos de um empate frustrante demais com o mogi mirim, na primeira partida, para meter sete no gurupi e três no são josé debaixo de um lodaçal infame. ganhamos do cruzeiro nos penalties, apostando em contra-ataques e engolindo em seco. ganhamos do são paulo quando parecia que já não ganharíamos mais. goleamos o c*ritiba numa noite de pura magia, em que tudo deu certo. sobrevivemos a noventa minutos de bola fervendo e mais penalties contra um desportivo brazil que não tinha muito a perder. e ganhamos, enfim, na cara e na coragem, na bola e na galera, de um time aguerrido como o baêa.
e deste momento final, prefiro guardar, de todas as imagens, aquele canhotaço do frauches no comecinho e aquela defesa de césar no finalzinho. grande césar a espalmar a bola na forquilha de sua meta. enquanto dona patricia amorim, aquela cabeza oca, já dava entrevistinhas e aceninhos à beira de campo.