domingo, 29 de maio de 2011

bahia 3 x 3 mengão (a chronicle)

mengão foi mole, bahia meteu gol.
bahia encolheu, mengão empatou.
mengão foi mole, bahia meteu gol.
bahia encolheu, mengão empatou.
e, oh, que belo, o mengão virou!
mas logo deu mole e o bahia empatou.
este foi o blues rubro-negro para a segunda rodada do brazileiro-2011.
uma breve aula practica: "como mijar sangue atrás do placar, conseguir virar a bagaceira e ainda entregar a vitória nos minutinhos finais".
mas, se tu perdestes essa aulinha do mengão, vou te dizer que não tem problema, não.
do jeito que a nossa defesa está jogando, do jeito que nossos reservas são café-com-leite, outras lições de semelhante naipe logo serão ministradas por professor luxerley e seu notável grupo.
o clube de regatas do flamengo adentrou o estádio do pituaçu, em salvador, com felipe para o gol, wellington e david na zaga, rafael galhardo pela direita, egídio pela esquerda; williams e renato pelé na cabeça de área, thiago neves e darío bottinelli no meio, ronaldinho gaúcho mais à frente, wanderley no ataque.
o indulto a williams fazendo com que professor luxerley repetisse o time que deu show de bola da primeira rodada. convenhamos que repetir escalações é um troço raro pra c*ralho, para usar um termo bem caro ao nosso lux. mas faltou repetir também o time misto do hawaii. porque não demos conta de bater o frankenstein bahiano, não.
pois o prezado time do bahia nem chega a ser um time de futebol propriamente dito. mais parece um quartinho de despejo. com o titi do vaisco, o fahel do fogão, o jobson do luiz estevão, o lulinha do corinthians paulista, o souza de centroavante. ricardinho e carlos alberto estão para estrear. triste bahia.
melhor para o frankie bahiano que a rapaziada flamenga começou o jogo meio dormindinho. eles só foram acordar quando o bahia deu um "boa tarde". e, oh, que susto... o gol dos camaradas saiu de uma cobrança de lateral (!) com a bola lançada directo para a área. o souza chegou metendo um lençol no david e então o resto de nossa defesa, parada, boquiaberta, remelenta, recém-despertada, pôde ver lulinha a vazar a meta. estão todos de parabéns.
deve ter sido o primeiro gol de lulinha desde os fraldinhas do corinthians paulista. então, depois dessa, caboclo tomou vergonha na cara. o mengo entrou naquele seu estilo barceloninha. pegou a bola para si e passou minutos a fio no campo de ataque. toque toque toque. mas sem poder de finalização. o bahia deixando estar, fechadão lá atrás, esperando um contraataque.
e o mengo ia para cima como se não houvesse amanhã. os dois laterais subindo juntos. bottis, neves, pelé e gaúcho chutando de longe. um de cada vez. talvez sem paciência para limpar os marcadores que se avolumavam à frente da área bahiana. mas nossos melhores momentos aconteciam quando galhardo descia rasgando pela direita e entrava na área chutando cruzado. da primeira vez, wanderley chegou atrasado num carrinho, a bola passou a um palmo do poste. da segunda, gaúcho já tinha percebido a jogadinha e estava lá a desviar pra gol.
o mengão não cedeu um palmo de terreno depois do empate. continuou em full attack. numa dessas, o bahia encaixou o contraataque que esperava. foi quando o jobson pegou um rebote em sua defesa e abriu carreira, lançou para lulinha à direita e apareceu para arrematar já dentro da área flamenga.
assim com o bahia se encolheu em retranka depois de ter saído na frente no primeiro tempo, o time anfitrião começou a segunda etapa na defesa e fazendo cera desde o primeiro minuto. tolinhos. deviam ter aprendido com o que eles mesmos fizeram no começo do jogo. não partiram para cima. se fecharam. e, aos nove minutos, o toque toque toque do mengão chegou até bottinelli na grande área. bate bonito, o bottis. seu segundo gol em dois jogos no brazileiro-2011.
então tudo parecia que se resolveria em esplendor rubro-negro. o verdadeiro tesouro do futebol se revelaria para nós. o professor luxerley, veja você, mandou o diego maurício entrar no jogo uns bons minutos antes do que normalmente ele entra. menino maurício costuma ser chamado lá pelos trinta e sete, quarenta do segundo tempo. hoje ele entrou no lugar de wanderley (!!) aos vinte e quatro. e na primeira bola, na primeiríssima, caiu pela ponta esquerda, foi até a linha de fundo e cruzou para trás. para egídio. e egídio fez gol. que lindo. que mágico. maurício em campo. egídio metendo gol. era a poesia brotada do puro ar. era a redenção de toda uma nação!
até que o williams caiu sentindo caimbras.
para tu ver que bastou o williams cair no chão. coincidência ou não?
e pensar que o flamengo hoje jogaria noventa minutos sem williams.
pois não deu conta de jogar nem dez minutos sem williams...
o fernando goyas teve de entrar no lugar de williams. o bahia viu que o fernando goyas estava em campo. deve ter sido isso. porque o bahia, que estava entregue, e bem entregue, reacendeu como the fireworks. e o bahia não parava mais de atacar, não parava mais de mandar pelota para o espaço aéreo flamengo. o luxerley, à beira do campo, se esgoelava. mandava nãoseiquem tomar no c* e chamava algumoutro de c*ralho, aquele linguajar próprio dos mestres.
luxerley estava certo - c*ralho - tomar no c* - porque o jogo não acabaria sem que o flamengo levasse um golzinho. mais um golzinho. o terceiro. muitas lembranças da bahia em nossa bagagem. e o mengão segue com seu condão de promover pelejas emocionantes contra bangu, olaria, madureira, horizonte, ceará, vaiscão, times dessa monta.