te dizer que emossão não nos falta neste mengão do brazileiro-2010.
em dois minutos, dois gols de val baiano, em jogadas de renato pelé.
em cinco minutos, dois gols do hawaii e um vermelho pro leo moura.
de modo que, no final, deixamos a ressakada com um empatezinho, mais um, agora diante do fraquíssimo hawaii, que é justamente uma das poucas equipes que permanecem atrás do flamengo na tábua de classificação. um empatezinho que faz todo sentido na campanha do time que foi vítima de viradas-relâmpago contra oponentes do porte de goyas e guarany.
vigésima-nona rodada do brazileiro-2010: o clube de regatas do flamengo se fez representar em florianópolis com marcelo lomba no gol, wellington e david na zaga, leonardo moura na direita, juan maldonado na esquerda, williams na cabeça-de-área, correa e kleberson no meio, renato pelé armando, diego maurício e val baiano na frente.
por quarenta e cinco minutos, parecia que o flamengo entrara numa realidade paralela, uma quarta dimensão, criada pelo inexplicável poder alquímico de luxerley vandemburgo. lux encostara um dedinho na fronte do morimbundo e disse: levanta-te e anda.
ou melhor: levanta-te e corra. renato pelé caindo pela ponta esquerda e cruzando para a área, a zaga havaiana a rebater, kleberson chegando com moral para colher o rebote e mandar novamente a pelota no rumo de pelé, take two, que novamente cruzou para a área, exactinho onde val baiano tocou pro barbante. e se tu achou bem esquisitão - eu achei - essa veemência do ataque rubro-negro, no minuto seguinte mais uma vez pelé deslanchou pela canhota e tocou, reloaded, para val baiano mandar a criança pra rede. replay em tempo real.
flashow. val baiano bem que poderia ter feito um terceiro gol, na risca da pequena área, com o arqueiro batido... ainda no primeiro tempo... hat trick de val baiano - convenhamos - nem na mais delirante fantasia. e diante dos náufragos havaianos, nem precisava.
duas bolas, dois gols. o mais lindo, o mais maluco, é que para tanto, renato caía pela esquerda. cousa que a gente aqui sempre pediu pra ele fazer, pra alguém fazer, num time que manquitolava em campo, num time viciado em sempre atacar pela direita, num time débil pelo lado esquerdo.
era bom demais pra ser verdade. eu devia saber disso. fui tomar uma ducha no intervalo.
sossegado. mas era bom demais pra ser verdade. e eles deviam saber disso ainda mais que eu.
voltamos cheirosinhos pro segundo tempo, com o banho tomado e na tranquilidade dos justos. fomos todos surpreendidos, sabonete na mão, pelo hawaii que voltou indócil, propondo jogo franco, partindo pra cima, atacando e deixando-se atacar. sim, deixou-se atacar, o hawaii, mas estávamos, o flamengo, tão descompromissados diante da beleza do mundo - que juan maldonado inventou de driblar no meio-campo, perdeu a bola, permitiu contra-ataque, wellington rebateu para escanteio, a bola cruzou a área e...
levamos um gol, levamos dois gols, levamos um vermelho entre um gol e outro, para leonardo moura, como presentinho nos 300 jogos cumpridos pelo flamengo.
o time desmontou. entregou-se de todo comprimento.
o desmascaro. aquele formidável mundo de luxerley, onde val baiano mete gol, renato pelé cai pela esquerda, kleberson ganha divididas e o time do flamengo maneja a pelota com maestria e determinação, aquele formidável mundo revelou-se uma farsa. de repente, lá estava o velho e triste e acabrunhado flamengo de silas, de rogério lourenço. um time aflito, à mercê da sanha alheia. de repente, éramos todos onze juans maldonados. dez juans maldonados.
domingo, 10 de outubro de 2010
Assinar:
Comment Feed (RSS)
|