petkovic bateu córner pela direita. alguém desviou na entrada da pequena área. talvez o estreante jean. a bola cruzou a retaguarda colorada. rômulo cabeceou, no segundo pau, pra ouvir a pelota a estourar no travessão. instantes mais tarde, contra-ataque do time da casa, taison derivou da esquerda para o meio até achar uma clareira. calculou a distância. então, lá do meio da rua, acertou um cruzado de canhota. justificou seu nome ao acertar no cantinho da meta de lomba. internacional 1 x 0 no gigante da beira-rio.a diferença entre uma bola na trave e uma bola rente à trave.
mero acaso, te diria woody allen. match point. mero acaso ou a encarnação electronika, no placar, da distância entre a eficiência deste internacional de porto alegre e a ineficácia de nosso clube de regatas do flamengo.
décima-primeira rodada do brazileiro-2010. o flamengo foi a campo, agorinha, com marcelo lomba no gol, jean e ronaldo angelim na zaga balzaca, leonardo moura pela direita, juan maldonado pela esquerda, rômulo na cabeça de área, williams e correa pelo meio, petkovic de armador, vinicius pacheco e diego maurício na frente.
com renan em sua meta, tinga no meio e rafael sobis no ataque, o misteko do internacional mostrou na practica porque seus kartolas tanto se esforzaram para antecipar a "janelinha" num par de semanas. celso roth armou pressão em seu meio-campo e o fla de correa e williams foi facilmente dominado pelo inter de guiñazu e tinga. enquanto chegávamos à frente aqui e acolá, às custas das bolas paradas com pets, eles se garantiam no pulmão.
e aquele chutazo do taison sinalizou outra cousa para eles. sinalizou que valia a pena chutar de longe. portanto, ao longo do prélio, sóbis e taison tentariam mais vezes. ainda mais depois que, numa bolinha recuada sem temores, marcelo lomba se embananou com o trozo e deu-lhe uma furada de antologia. sorte que o centroavante everton não estava ligado no que aconteceria e retribuiu a gentileza lombiana com outra pixotada. depois dessa, nosso lombeiro passou a ouvir apupos e grazinhas da torcida gaúcha a cada intervenção.
(ainda teríamos outra joia rara em nossa defesa: sobis chutou rasteiro, juan deu carrinho na pequena área acertando a bola em cima de lomba, já estirado na grama, e dele a bola rebateu em rômulo, saindo pela linha de fundo num quase gol contra de pinball.)
o primeiro tempo, ficou óbvio, perdemos no meio-campo. rogério lourenço, fazendo-se de conhecedor, voltou para o intervalo com duas mudanzas. tirou meninos (claro) para meter os chamados reforzos de meia-temporada (claro, claro). rômulo dando vez a marquinhos. maurício, a val baiano. se o nosso ataque era ineficaz em grande parte graças à esterilidade da armação, o bicho complicou mais um tanto. pois petvéio, era de se saber, diminuiu ritmo e intensidade, escasseando na participação. com moura e juan em tarde ruim, sobravam pacheco e marquinhos para criar qualquer cousa. bah... e o marquinhos, te digo na sincera, simplesmente não foi notado, de tanto que anulou-se na marcação rothiana. enquanto val baiano, mais gordo e lento e inútil que nosso saudoso imperatore farrista, teve um único lance de sabedoria. foi calçado pelo fabiano eller e se jogou à entrada da área, cavando falta à feição de pets. deu em nada.
pets por pouco não inventou um gol olimpiko numa lambança da defesa colorada (renan e mais um) que quase meteu a bola pra dentro de seu próprio gol. mas teria sido um empate sem mérito algum. pelo que jogou em porto alegre, ou melhor, pelo que não jogou at all, o flamengo deve se dar por satisfeito em perder de pouco. eu me dei. e deve ficar agradecido pelo inter ter tirado o pé já aos quinze da segunda etapa, pensando na libertas de quarta-feira. eu fiquei.
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