Para falar a verdade, eu gosto quando é assim, com esse jeito de morto de fome que chega no meio da madruga em casa, pega com a mão mesmo e arranca um pedaço do bife duro e frio que sobrou do almoço.
O Flamengo foi Flamengo, pelo menos, coisa que pouco ou nada foi vista neste ano da graça de 2010. Dançamos no Carioca e quase tomamos igual destino na Libertadores porque, entre outros fatores, entrávamos anêmicos em campo, nas veias correndo um troço aguado da cor de ki-suco de framboesa. Alguém aí já tomou ki-suco? É algo semelhante ao Toró tentando dar passe em campo encharcado.
O sangue finalmente entrou em ebulição e a rapaziada se tocou que está disputando o caneco mais cobiçado das terras de Simon Bolivar. Até o Adriano parece que se deu conta de quem ele é mesmo nessa vida. Devem ter batido pra ele que o Tardelli estava comendo a bola no Mineirão, e que havia um papo de que o Dunga estava assistindo. Não falo pelo pênalti, falo pelo resto. Ao menos o Adriano existiu, cena rara também este ano.
Agora, sangue quente não significa cabeça fora do lugar. No Planeta chamado Gávea, onde não se fala nem “ai ai ai seu feio e bobo” quando os caras aprontam, alguma coisa precisa acontecer com o Michael por causa daquela falta descabida.
No jogo em que pusemos a cabeça pra fora do mar da crise, acabou ficando um gostinho de poderia ter sido de mais.
Ps: Eu sei que o espaço não é para falar dos outros, mas o Ronaldo é apenas uma caricatura dele mesmo.
Ps2: No duelo dos Máskaras, o nosso (Juan) se deu melhor do que o deles (Roberto Carlos, o das meias ajeitadas)
andré giusti é escritor e jornalista
http://www.andregiusti.com.br/blog/
quinta-feira, 29 de abril de 2010
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